sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

domingo, 24 de novembro de 2013

Há esperança no final do túnel - Secretaria do Meio Ambiente do Rio de Janeiro inaugura o primeiro polo de reciclagem do país.













Em abril do ano passado, foi fechado no estado do Rio de Janeiro o maior lixão da América Latina. O Lixão de Jardim Gramacho, que funcionava no município de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, à margem da Baía de Guanabara, sem licença ambiental, permitia que quase dois mil catadores trabalhassem no local, selecionando, em meio ao lixo, o material que seria vendido a indústrias de reciclagem.

Com o fim do aterro sanitário de Gramacho, as 8,5 mil toneladas de lixo da cidade do Rio de Janeiro passaram a ir para a Central de Tratamento de Resíduos de Seropédica. Mas, infelizmente, apesar do novo aterro e das promessas de inclusão feitas aos catadores, na época do encerramento do lixão, não havia muito que comemorar, pois todo o lixo que costumava ir para o Jardim Gramacho, passou a ir para baixo da terra, já que em Seropédica, um aterro com licença ambiental, mas sem um projeto de triagem, tudo o que poderia ser reciclável ou reutilizado é enterrado.

Mas, finalmente, dia 22 de novembro, com a inauguração do primeiro pólo de reciclagem do país, com dois galpões voltados para o recebimento, triagem, enfardamento e estocagem de resíduos para venda, parece que começa a se concretizar uma das promessas feitas aos catadores na ocasião do fechamento do Jardim Gramacho, a inclusão e capacitação destes profissionais em centros de triagem.

Esperamos que esta iniciativa venha inspirar outros estados a realizar ações semelhantes, ambientalmente corretas e que incluam os catadores de materiais recicláveis, conforme o que exige a Política Nacional de Resíduos Sólidos.



SECRETARIA DO AMBIENTE INAUGURA PRIMEIRO POLO DE RECICLAGEM DO BRASIL
 » Flor Jacq
Catadores do antigo lixão de Gramacho começam a trabalhar com o uso de acessórios de proteção e máquinas modernas, dando início a uma nova fase profissional

A Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) inaugurou nesta sexta-feira (22/11) em Jardim Gramacho, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o primeiro polo de reciclagem do país. Estruturado com dois galpões, voltados para recebimento, triagem, enfardamento e estocagem de resíduos para venda, o polo empregará inicialmente 110 catadores, podendo chegar a 500. O secretário estadual do ambiente, Carlos Minc, e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, fizeram a entrega das chaves aos catadores.


A criação do polo de reciclagem foi uma das demandas apresentadas pelos catadores depois do fechamento do antigo lixão de Gramacho, em 2012. O projeto começou a virar realidade com a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no qual a SEA determinou que a Petrobras investisse R$ 3,5 milhões para instalação do empreendimento, com maquinário - esteiras, moinho de PET e compactadores. Os galpões foram construídos em um terreno de 4,20 hectares em Jardim Gramacho, cedido por 20 anos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).


Durante a inauguração do Polo de Reciclagem de Gramacho, que será administrado por uma rede de cooperativas - Cooperjardim, Coopercaxias, Coopergramacho, Coopercamjg e a Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano de Gramacho – Minc entregou para Tião Santos - representante do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis no Rio (MNCR) - a licença do empreendimento, emitida pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e avisou que, em breve, as cooperativas não precisarão mais de licença, desde que respeitadas as normas ambientais. Minc anunciou também o encerramento dos trabalhos no aterro de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio.


“Catar lixo sem luvas e botas, correndo o risco de se cortar, furar o pé com pregos, em meio aos porcos e urubus: isso é degradação humana. Estamos acabando com todos os lixões do estado. Já fechamos todos no entorno da Baía de Guanabara. O lixão de Gericinó será o próximo a ter os trabalhos encerrados e os seus catadores receberão, no mínimo, o mesmo tratamento que os de Gramacho: capacitação, ressarcimento e a criação de um polo de reciclagem”, disse o secretário.


Quando concluídas as obras, além dos dois galpões entregues hoje, o Polo de Reciclagem de Gramacho contará com uma creche, duas unidades de processamento e transformação de resíduos, um centro administrativo e de formação - com auditório, escritórios, salas de aula e refeitório -, cinco unidades de triagem, um galpão central para estoque e retirada de materiais para venda, além de uma área de lazer.


O ministro Gilberto Carvalho destacou o aspecto social das ações ambientais: “O Brasil é um país onde o Estado foi montado para servir a uma elite, mas isso está mudando, e são momentos como este que fazem valer todo sacrifício e os sapos que a gente tem que engolir. O Polo de Reciclagem de Gramacho será referência para todo Brasil!”. Carvalho se comprometeu em falar com empresas estatais e com a UFRJ para doarem seus resíduos recicláveis para o polo, que hoje está recebendo o material apenas da Reduc.


Presidente do Conselho de Lideranças de Gramacho e representante do MNCR, no Rio, Tião Santos, muito emocionado, falou sobre sua infância no lixão, sobre o seu inconformismo com as condições de trabalho dos catadores e comemorou a conquista do polo. Mas alertou que ainda faltam alguns passos para que os moradores de Jardim Gramacho tenham sua dignidade e qualidade de vida resgatadas.


“Se eu tivesse aceitado aquela realidade hoje eu não estaria aqui. Essa vitória é nossa, da nossa organização, mas temos que avançar na criação de empregos, na qualificação das cooperativas e trazer para esse bairro lazer, cultura e todos os benefícios sociais que um cidadão merece”, disse Tião.


Em 2012, quando o aterro de Gramacho foi fechado, a Secretaria do Ambiente assumiu um compromisso com os catadores de buscar parcerias governamentais e não governamentais para criar alternativas de geração de renda - para aqueles que queriam parar com a atividade -, e para capacitar as cooperativas que atuam no mercado de recicláveis.


Um dos resultados desses encontros foi a parceria firmada entre a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e a Secretaria Nacional de Economia Solidária, do Ministério do Trabalho e Emprego (Senaes/MTE), para a execução do projeto Inclusão Socioprodutiva dos Catadores e Catadoras do Rio de Janeiro.


Coordenada pelo Pangea – Centro de Estudos Socioambientais, a iniciativa tem duração de 36 meses e vem mobilizando cerca de 2.000 catadores de 41 municípios de seis regiões do estado. O objetivo é que as cooperativas sejam contratadas pelas prefeituras e os grandes geradores e para isso projeto oferece assistência técnica, jurídica e comercial a 50 cooperativas; vem estimulando a criação de seis redes de cooperativas (uma em cada região) para maximizar o potencial produtivo e econômico da cadeia da reciclagem; além de avaliar e monitorar todas as ações voltadas aos catadores.


“A ideia é garantir autonomia em relação aos atravessadores e relação direta com o mercado. Aqui será feita a triagem de diversos materiais, principalmente de eletroeletrônicos”, disse Antonio Bunchaft, presidente do Pangea.


Situada às margens da Baía de Guanabara, o Aterro Metropolitano de Gramacho recebia, diariamente, cerca de 11 mil toneladas de resíduos  vindos do Rio de Janeiro e de outros municípios da Baixada Fluminense.


Com a inauguração do Polo de Reciclagem de Gramacho os catadores do antigo lixão de Gramacho entram em uma nova era de sua vida profissional, trabalhando em condições dignas e com máquinas modernas.


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Bons exemplos não faltam, porque será que não avançamos?

Segundo a Associação Nacional para Sensibilização, Coleta e Reciclagem de Resíduos de Óleo Comestível (Ecóleo),  o encaminhamento de óleo vegetal usado para postos de reciclagem está gerando renda para 1,8 mil trabalhadores em todo o país. 

São vários os projetos que estão funcionando em vários municípios brasileiros e trazendo resultados positivos para a natureza, a economia e a qualidade de vida. 

Hoje, aqui no nosso blog, estamos disponibilizando (abaixo) duas reportagens que contam resumidamente a história de dois projetos mais recentes. Um deles está sendo desenvolvido pelo poder público e o outro através de um projeto de responsabilidade social de uma grande empresa que busca estimular o empreendedorismo em mulheres. 

Rio de Janeiro lança programa de reciclagem de óleo em escolas públicas

Estimular a reciclagem do óleo de cozinha para o uso como matéria-prima na produção de sabão e de fontes de energia alternativas, como o biodiesel. Esse é o objetivo das medidas de reciclagem e de sustentabilidade ambiental previstas no Programa de Reaproveitamento de Óleos Vegetais (Prove), adotadas a partir de segunda-feira, 18 de novembro, por escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro.


O lançamento da iniciativa foi realizado no Colégio Estadual Brigadeiro Schorcth, no bairro da Taquara, zona oeste da capital fluminense. Ao todo, dez escolas participarão da primeira fase do projeto. Cada uma delas receberá uma unidade ambiental para recolhimento do óleo, chamadas de ecoponto. Nesses locais, os cidadãos poderão entregar o óleo que já foi utilizado, além de tirar dúvidas sobre reciclagem e produção de fontes alternativas de energia, informou a Agência Brasil.




Óleo de cozinha usado gera sabonetes, renda e orgulho na Cidade de Deus
Alessandre Mansur
A Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, ganhou novas cores e aromas. Um grupo de mulheres da comunidade passou a produzir sabonetes artesanais a partir de óleo de cozinha usado. O óleo poluidor deixou de entupir os ralos do bairro. O resíduo é coletado e reprocessado para servir de matéria prima para os produtos de limpeza. E as famílias ganharam uma nova fonte de renda e orgulho. Bom para o meio ambiente e para o meio social. O Projeto Bolhas Coloridas é uma boa ideia que também pode ser replicada em outras regiões do país.

O projeto surgiu em 2011 por meio do programa Ellas em Movimento, da Chevron, que busca justamente estimular o espírito empreendedor em mulheres. Um grupo de mulheres de Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, recebeu cursos de conhecimento geral, empreendedorismo, direitos humanos, marketing, finanças e direitos femininos e ainda um financiamento inicial para estruturar o negócio. “Depois de muita pesquisa de mercado e diálogos, idealizamos e planejamos um empreendimento que pudesse produzir melhorias para comunidade e gerar renda, e assim surgiu a ideia de reciclar o óleo usado de cozinha e criar o Bolhas Coloridas”, afirma Natasha Firmino, uma das sócias.
Os moradores e comerciantes de Cidade de Deus e região vizinhas doam os resíduos de óleo para o projeto Bolhas Coloridas. Atualmente, o Bolhas oferece produtos de limpeza em troca de óleo usado de cozinha para os comerciantes locais se cadastrarem no projeto.“Para estes moradores, é mais vantajoso doar o óleo usado de cozinha, ao invés despejá-lo em locais inapropriados, porque hoje reconhecem que por meio desta ação evitam a poluição do meio ambiente, ajudam a restauração do rio local e melhoram as condições de vida de todos”, afirma Míriam Soares, também sócia do Bolhas Coloridas.

O projeto é uma solução ambiental e social."É uma solução ambiental, porque reduz a quantidade de óleo de cozinha jogada diretamente no meio ambiente e social, porque gera emprego e renda para os moradores de Cidade de Deus", diz a jornalista Gabriela Mafort, consultora da empresa TuddoD/Social. Gabriela e sua colega Kelly Nascimento estão ajudando a estruturar melhor o projeto. Cerca de 300 litros de óleo são aproveitados por mês, na fabricação de cerca de 1200 mil sabões. Isso sem contar outros produtos como detergentes e sabões pastosos.

As mulheres que produzem os sabonetes também consomem os produtos. "Elas usam os produtos e inclusive divulgam os resultados com base em suas próprias experiências", diz Gabriela. O objetivo é conscientizar a população sobre os danos causados pelo óleo usado de cozinha , seu mau manuseio e a importância do reaproveitamento e de se comercializar produtos ecológicos, dentro da comunidade e fora delas. São fabricados kits especiais para presentes e eventos, sabão líquido e pastoso e encomendas para empresas.

Fonte: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2013/08/oleo-de-cozinha-usado-gera-bsabonetes-renda-e-orgulho-na-cidade-de-deusb.html


Aqui em Rondonópolis, em outubro, o vereador Hussein Daoud, após visita a um projeto de Brasilia, conseguiu a aprovação da Câmara Municipal de um projeto de lei que institui no município o programa de tratamento e reciclagem de óleo.

Assim, já temos um projeto de lei aprovado e bons exemplos que podem servir de  referência, novamente fico pensando.....o que será que está faltando?

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Vários empresários de Rondonópolis já perceberam a importância de implantar a gestão de resíduos dentro de seus negócios

A cada dia que passa, mais e mais empresários de Rondonópolis percebem que com o gerenciamento adequado dos resíduos produzidos por suas empresas podem fazer a diferença nos seus negócios, tornando a empresa mais rentável, mais competitiva, além de mais saudável.

Assim,  cresce o número de telefonemas que recebemos de gestores e proprietários de empresas em busca de  data e horário para o agendamento da ação - "Despertando a consciência Cidadã para a Coleta Seletiva" .

Esta  ação é desenvolvida através da apresentação de uma palestra cujo objetivo é mostrar  os graves problemas causados pelo descarte incorreto do lixo, incentivar  a prática dos 3 Rs - Reduzir, Reutilizar e Reciclar, como também ensinar como fazer a correta separação dos resíduos domésticos.

Como as outras ações do movimento, está  ação é realizada voluntariamente, apenas sugerimos as empresas uma contribuição em forma de cestas básicas que posteriormente são doadas e sorteadas entre os catadores da Coopercicla.

Semana passada fizemos a palestra em duas empresas: Estãncia Celeiro e na Novanis. A Estância Celeiro já envia para a Cooperativa Coopercicla todas as caixas de papel utilizadas para distribuição de seus produtos e a empresa Novanis acaba de lançar um projeto que visa enviar para a Coopercicla não só os resíduos passíveis de reciclagem gerados na empresa como também os resíduos domésticos de seus funcionários.  Para isto, a empresa vai disponibilizar pontos de coleta voluntária dentro da organização onde os funcionários poderão descartar os resíduos previamente separados.  
Em Rondonópolis, esta é a segunda empresa a encarrar este desafio de gerir não só os resíduos da empresa como também os resíduos domésticos de seus funcionários. A pioneira neste tipo de projeto  (coleta de resíduos da empresa e dos funcionários com entrega para a Coopercicla) é a empresa Iguaçu Máquinas que institui o projeto em 2011.




Palestra funcionários NOVANIS

NOVANIS

Palestra Estância Celeiro

Estância Celeiro

Vejam só a alegria do pessoal da Coopercicla que foram sorteados e receberam as cestas básicas da Novanis e a carne da Estância Celeiro

Descarregando as doações na Coopercicla

Sorteando as cestas básicas e a carne
Dona Darcy foi a primeira a ser soreada






Logo em seguida Sr. José

Anísia e Cida também ganharam carne

Outra cesta básica, agora para Lúcia

Maria José também ganhou uma cesta







quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Algumas fotos do III Seminário de Resíduos Sólidos de Mato Grosso


Palestra Dra. Marcela Monteiro Dória - Procuradora do Ministério Público do Trabalho e Coordenadora do Fórum do Mato-Grossense de Lixo e Cidadania

Luciana Costa de Freitas - Mercado de Crédito de Logística Reversa - BV RIO

Apresentação dos banners: MOVIMENTO UNIÃO CIDADÃ RECICLA RONDONÓPOLIS: PROMOVENDO O EXERCÍCIO DA CIDADANIA E A CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL e IFMT SUSTENTÁVEL: A COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA NO PROCESSO INTERDISCIPLINAR DE ENSINO DO CAMPUS RONDONÓPOLIS


Gestão de Resíduos da Construção Civil - Sr. Roberto Matosinhos - Sinduscon/MG

Legislação aplicada ao licenciamento ambiental de aterro sanitários em Mato Grosso - Ricardo de Souza Carneiro/SEMA

O Estado da Arte da educação ambiental voltada ao Tema Resíduos Sólidos - Vânia Márcia Montalvão Guedes Cesar - SEMA

Mesa Redonda: Economia Solidária e Resíduos sólidos. Prof. Dr. Sandro Sguarezi - UNEMAT/Tangará da Serra e Msc Clóvis Vailant - Diretor de Economia Solidária da Redi Unitrabalho e Coordenador da REINESCO

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Compartilhando o que vimos no III Seminário de Resíduos Sólidos: Perspectiva sócio-ambientais e a Política Nacional de Resíduos Sólidos

Participamos na semana passada, nos dias 06 e 07 de novembro, do 3º. Seminário de Resíduos Sólidos – Perspectiva Sócio-ambientais e a Política Nacional de Resíduos Sólidos que aconteceu no Auditório da Associação Mato-Grossense dos Municípios. O evento foi uma iniciativa da Coordenadoria de Resíduos Sólidos da Superintendência de Infraestrutura, Mineração, Indústria e Serviços da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

Além das palestras, também foram apresentados, em forma de pôsters, trabalhos acadêmicos de instituições de ensino superior, de pesquisadores e outros profissionais com interesse nesta temática e que desenvolveram pesquisas, experiências inovadoras, estudos ou boas práticas voltados para os seguintes eixos temáticos: Gestão de Resíduos Sólidos, Catadores de Materiais Recicláveis; Ciência, tecnologia, Sociedade e Sustentabilidade.

Ficamos muito orgulhosos, pois apesar do nosso município ainda não ter plano de saneamento ambiental e muito menos plano de gestão resíduos sólidos, três trabalhos desenvolvidos em Rondonópolis foram selecionados para apresentação e publicação no CD do evento. Foram eles:
- Movimento União Cidadã Recicla Rondonópolis: Promovendo o Exercício da Cidadania e a Conscientização Ambiental – autora: Ana Paula Beer – Movimento União Cidadã Recicla Rondonópolis
- IFMT Sustentável: A Coleta Seletiva Solidária no Processo Interdisciplinar de Ensino do Campus Rondonópolis – autora: Arlete Fonseca de Oliveira – IFMT/ campus Rondonópolis;
- Oficinas de Sensibilização Ambiental Desenvolvidas pelo Curso de Engenharia Agrícola Ambiental da UFMT nas Escolas Públicas de Ensino Médio de Rondonópolis – MT. Autores: Ozaki, S.K.; Nogueira, J.S.; Lima e Silva, P.C.; Soares, D.C.; Zanetoni, H.H.R. e Santos, K.B. - Universidade Federal de Mato Grosso. Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas. Engenharia Agrícola e Ambiental.

Abaixo estou disponibilizando o folder com a programação do seminário e ao lê-lo vocês poderão perceber que as palestras apresentadas buscaram oferecer uma visão do cenário da gestão de resíduos sólidos no Mato Grosso, como também projetos com inclusão dos catadores na cadeia da reciclagem e novas tecnologias de manejo de resíduos sólidos.

Confesso que durante os dois dias de evento meus sentimentos, em relação a aplicação da PNRS no Mato Grosso, variaram do entusiasmo a decepção. Digo isto, porque tivemos palestrantes que nos trouxeram boas notícias relacionadas a projetos de inovação, pesquisa e investimento em tecnologias voltadas para a implantação dos princípios da Lei 12305/2010, como também a apresentação de pesquisas científicas embasadas em dados técnicos que comprovam o quanto nossos municípios estão atrasados, tanto no cumprimento e aplicação da legislação aplicada ao licenciamento ambiental de aterros sanitários, como também na execução dos planos de saneamento básico e do plano de gestão de resíduos sólidos. Só para vocês terem uma ideia, segundo pesquisa apresentada pelo palestrante Ricardo de Souza Carneiro – Analista Ambiental da SEMA- MT, “apenas 20 municípios de Mato Grosso possuem ou possuíram aterros sanitários com Licença de Operação, o que representa apenas 14% de um total de 141 municípios. Entretanto, destes 20 municípios, apenas dez encontram-se em situação regular”.
Além disto, acreditava que os gestores públicos, prefeitos, secretários ou seus representantes estariam presentes neste evento, já que o mesmo trazia uma série de oportunidades de aprendizado, principalmente para aqueles que têm a obrigação de elaborar os “Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos”, entretanto isto não aconteceu. A participação de gestores públicos foi muito pequena e não consegui encontrar nenhum gestor público ou representante de Rondonópolis.

De qualquer forma, quem participou do evento, com certeza conseguiu agregar novos conhecimentos, obtidos não só com apresentação das palestras e banners mas, também através da troca de experiências e pela oportunidade de conhecer pessoas e instituições tanto públicas como privadas que estão lutando pela implantação de serviços de saneamento, gestão de resíduos sólidos e inclusão dos catadores no Mato Grosso como caminho para a sustentabilidade.

Para dar uma “palhinha” aos nossos leitores do que foi apresentado no seminário faço abaixo um pequeno resumo das palestras que mais chamaram a minha atenção.

Sobre a inclusão dos catadores no processo de gestão de resíduos, vale destacar, a palestra e o trabalho desenvolvido pela Procuradora do Ministério Público do Trabalho, Dra. Marcela Monteiro Dória, que assumiu desde agosto do ano passado, a coordenação do Fórum Lixo e Cidadania de Mato Grosso e que vem fazendo um trabalho contínuo em busca do reconhecimento da relevância social do trabalho dos catadores e de sua dignificação, como também a defesa da contratação destes trabalhadores pelas prefeituras.

Outra trabalho importante na luta pela inclusão dos catadores é o desenvolvido pelo professor Dr. Sandro Sguarezi – Unemat Tangará da Serra que participou do evento com a palestra – Economia Solidária e Responsabilidade empresarial e inclusão sócio produtiva na PNRS e da Mesa redonda com o Msc. Clóvis Vailant – Diretor de Economia Solidária da Rede UNITRABALHO, cujo tema era Economia Solidária. Através de um projeto elaborado pela equipe da Incubadora de Organizações Coletivas Autogeridas Solidárias e Sustentáveis da Universidade do Estado de Mato Grosso, campus de Tangará da Serra, sob coordenação do professor Sandro Sguarezi, foi formada a Rede CATAMATO, união de três cooperativas de Mato Grosso( a Coopertan (da cidade de Tangará da Serra), a Asscavag (de Várzea Grande) e a Coopchmar (de Chapada dos Guimarães). Este projeto busca mobilizar os catadores e estimular sua organização em cooperativas e associações, fortalecendo sua autonomia para gerir e atuar nas diferentes etapas da cadeia produtiva de recicláveis. Além disto, através do trabalho em rede, o projeto visa criar condições de operar a coleta seletiva solidária nos municípios, com apoio e pagamento pelas prefeituras, bem como estruturar a comercialização conjunta e a busca de novos mercados para os produtos recicláveis, coletados, triados e tratados pelos catadores em suas organizações. Segundo os palestrantes o projeto já recebeu a aprovação de recursos da Fundação Banco do Brasil, Petrobras, BNDES, e SENAES para aquisição de três caminhões que permitirão incrementar o desempenho da Rede.

Como projeto inovador, gostaria de destacar, a apresentação da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, feita pela sra. Luciana Costa de Freitas. A BV Rio é uma bolsa de valores ambientais nacional, cujo objetivo é prover soluções de mercado para auxiliar no cumprimento de leis ambientais e que criou uma plataforma virtual de negociação de créditos de logística reversa para empresas e catadores de todo o Brasil. O sistema é semelhante a outros mecanismos da bolsa carioca, com transações com pneus e créditos de reserva ambiental. Segundo a palestrante as cooperativas de todo Brasil poderão se cadastrar na plataforma e a partir do registro de suas atividades, poderão negociar os créditos gerados pelo seu trabalho, isto é, a cada tonelada de material triado e vendido para a cadeia de reciclagem, a cooperativa de catadores receberá um crédito. Os créditos de Logística Reversa dos Catadores (CLRs) poderão ser comprados por empresas para cumprirem com sua responsabilidade pela logística reversa das embalagens pós-consumo.

Esta iniciativa é uma parceria entre a BVRio e o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e com ela qualquer empresa poderá cumprir a obrigação da Logística Reversa. Além disto, o sistema traz uma série de vantagens, para os catadores, já que criam uma receita adicional à venda do material físico, aumentando a renda destas pessoas. Adicionalmente, incentivam a formalização e a capacitação das cooperativas de todo país, promovendo o seu desenvolvimento e emancipação econômica, e o seu reconhecimento como efetivos agentes ambientais.

Para finalizar, outro palestra interessante foi a do sr. Roberto Matosinhos, assessor técnico do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon- MG). O sr. Roberto apresentou o trabalho que o Sinduscon vem realizando na área de educação ambiental e boas práticas no gerenciamento de resíduos e na gestão ambiental que estão sendo aplicadas no canteiro de obras, com foco na sustentabilidade. Ressaltou que as construtoras de Belo Horizonte já entenderam que o gerenciamento adequado dos resíduos produzidos nos canteiros de obras, incluindo a sua redução, reutilização e reciclagem, além de se configurar em atitude de responsabilidade ambiental, torna o processo construtivo mais rentável e competitivo.
Também salientou que Belo Horizonte avançou no que tange a questão de gestão de resíduos a partir da aprovação da Lei 10.522/12 que instituiu o “Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos – SGRCC e o Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil (PMRCC) e Resíduos Volumosos” .
Fazendo a sua parte, a prefeitura de Belo Horizonte oferece para a população Estações de Reciclagem de Entulho e Ecopontos para o descarte gratuito de entulho.
Nas Estações de Reciclagem de Entulho os resíduos da construção civil são transformados em agregados reciclados, podendo substituir a brita e a areia utilizadas em elementos da construção civil que não tenham função estrutural.
Os Ecopontos foram construídos em vários locais da cidade, cercados e monitorados, também fizeram a inclusão dos carroceiros no processo, inclusive com programas e projetos que contemplam a educação no trânsito e cuidados com os cavalos.
Enfim, o sr. Roberto, mostrou que quando o poder público e os empresários fazem a sua parte de forma conjunta é possível se estabelecer projetos que impulsionam o desenvolvimento sustentável em nosso país.



terça-feira, 29 de outubro de 2013

Vejam só, já começaram as manifestações a favor da revisão do prazo fixado para a implantação da Lei 12305/2010

Atentem para  a  declaração do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) ao defender a prorrogação do prazo para a implantação da PNRS:  “É um prazo curto para a implementação da política. Não se trata de dizer que vamos abrir um novo prazo para o município não fazer. É que, com esse prazo, não vai dar tempo de fazer algo benfeito.”  (Agência Brasil)

Entretanto, para nos cidadãos, é esta a impressão que fica, que será dado um novo prazo para os municípios não cumprirem, afinal conforme expressão popular " parece já assistimos este filme". É só relembrarmos que  no final de  2010, o governo federal decidiu prorrogar o prazo de elaboração dos planos municipais de saneamento básico, previsto na Lei 11.445/07. De dezembro de 2010, o prazo foi prorrogado  para dezembro de 2013, já que muitos municípios ainda não tinham cumprido a lei. Entretanto, me parece que a prorrogação não modificou muito o cenário, afinal estamos chegando ao final de 2013 e grande parte dos municípios, inclusive Rondonópolis, ainda não elaboraram seus planos, mesmo sabendo que correm o  risco de não poderem mais acessar recursos do governo federal para obras de saneamento.

E mesmo, os municípios que já estão em processo de elaboração dos planos, ainda deverão apresentá-los em audiências públicas e às câmaras de vereadores para as possíveis correções e aprovações. Como vocês podem perceber, o processo tem várias etapas, assim, os gestores públicos, que até agora, em pleno início de novembro, ainda nem começaram o processo, sinalizam que já estão contando com a possível prorrogação do prazo novamente. 

E é assim que  caminha a administração pública brasileira, prazos e metas prorrogados ou então, deixados para a execução do próximo gestor público.

Entretanto, acho bom ficarmos mais atentos para que desta vez seja diferente, afinal já estamos sentindo "na pele" as consequencias (alto índice poluição dos nossos rios, problemas com fornecimento de água, tratamento de esgoto, coleta e descarte de resíduos, problemas de saúde pública, etc.)  da ausência de saneamento nas cidades brasileiras.

Segue abaixo a reportagem da Agência Brasil na íntegra:

Secretário e deputado consideram curto prazo para erradicar lixões até 2014

Ana Cristina Campos, da Agência Brasil
Palestrantes da 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente consideram muito curto o prazo até agosto do ano que vem para erradicar os 3 mil lixões do país. A data foi estabelecida na Lei 12.305, de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Pela lei, depois do ano que vem, o Brasil não poderá mais ter lixões, que serão substituídos por aterros sanitários.
Além disso, os resíduos recicláveis não poderão ser enviados para os aterros sanitários. Os municípios que desrespeitarem a norma podem ser multados.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) defendeu a revisão do prazo fixado na lei. “É um prazo curto para a implementação da política. Não se trata de dizer que vamos abrir um novo prazo para o município não fazer. É que, com esse prazo, não vai dar tempo de fazer algo benfeito.”
Para o deputado, o prazo apertado está aumentando a pressão sobre os prefeitos, e muitos estão recorrendo à incineração dos resíduos para que eles não sejam envidos aos lixões. “A incineração está sendo vendida como a solução de todos os problemas, mas não é a solução. Se não ajudarmos os municípios, vamos colocar os prefeitos nas garras da lei, sendo que eles não têm como resolver.”
Segundo o secretário de Gestão Ambiental de São Bernardo do Campo, em São Paulo, João Ricardo Caetano, além de acabar com os lixões, será preciso, na sequência, tratar o passivo ambiental gerado pela disposição inadequada de resíduos ao longo dos anos. “Temos quase 3 mil lixões espalhados em 2.800 cidades. A legislação aponta a eliminação dos lixões até 2014, e isso é um problema. Houve algum problema entre a lei e a política pública que não tem sido muito eficiente no sentido de oferecer recursos e assistência técnica para grande parte das prefeituras do país para que pudessem erradicar os lixões”, ressaltou.
Os conferencistas destacaram que os pequenos municípios, com menos de 10 mil habitantes, não têm recursos financeiros, nem equipe técnica qualificada para elaborar planos de gestão de resíduos sólidos, ou para construir e manter aterros sanitários. Os especialistas apontaram o consórcio entre municípios na implantação de aterros sanitários como saída para diminuir os custos.
Sérgio Cotrim, do Ministério das Cidades, disse que a permanência dos lixões deve-se ao problema orçamentário das pequenas cidades, que não têm condições de pagar pelo tratamento dos resíduos sólidos. “O orçamento em um município pequeno para o tratamento [de resíduos sólidos] tem que ser disputado com a educação e a saúde”, disse. Segundo ele, a solução passa pela regionalização dos aterros sanitários e pela simplificação dos sistemas de gestão de resíduos sólidos para dar condições às prefeituras para que atendam ao prazo da legislação.
(Agência Brasil)






segunda-feira, 28 de outubro de 2013

60 recomendações foram aprovadas na Conferência Nacional do Meio Ambiente

Fim de festa: ministra confraterniza com os delegados









Os participantes fazem um balanço positivo da Conferência, evento que reuniu quase 3 mil pessoas, prova de que há muitas pessoas interessadas em cuidar do nosso meio-ambiente. Um dos avanços é a criação de um grupo de trabalho permanente vinculado ao gabinete da ministra Izabella Teixeira, com um representante dos catadores de produtos recicláveis para acompanhar a implantação da PNRS.

Leia reportagem completa do Ministério do Meio Ambiente:

Conferência do Meio Ambiente aprova 60 recomendações para aprimorar a lei

PAULENIR CONSTÂNCIO

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou neste domingo (27/10), no encerramento da 4ª. Conferência Nacional do Meio Ambiente, em Brasília, a criação de um grupo de trabalho permanente, vinculado ao seu gabinete, com um representante dos catadores de produtos recicláveis, para acompanhar a implantação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS). É a primeira medida a ser tomada após o evento, que reuniu quase 3 mil pessoas, de 27 Estados, para elaborar uma pauta prioritária com 60 recomendações que foram encaminhadas ao governo para tornar a política uma realidade.

Para a ministra, a 4ª. CNMA acelera o processo de implantação da lei. “É uma nova agenda de trabalho, tanto para os governos, quanto para os cidadãos e as empresas. É isso que muda o Brasil. Vocês estão aqui defendendo o seu país”, disse a ministra ao analisar a os resultados da participação popular. Das etapas estaduais até a conferência nacional, os debates em torno da PNRS já reuniram mais de 200 mil pessoas. “Isso demonstra que todos querem e estão dispostos a trabalhar para que a política de resíduos sólidos avance”, salientou.

RECOMENDAÇÕES

As propostas vencedoras do fórum nacional recomendam ao governo que amplie e diversifique suas ações na área de educação ambiental, fortaleça a fiscalização com leis e medidas mais rígidas, estimule com campanhas e recursos financeiros a reciclagem, desonere a logística reversa, valorize a mão de obra dos catadores e elabore leis que proíbam a incineração de resíduos recicláveis. Em três dias de debates e votações, um conjunto de 160 propostas com origem nas etapas estaduais e municipais definiu as 60 prioridades. Isabella lembrou que as conferências anteriores sempre produziram sugestões acatadas e transformadas em política públicas e que essa não será diferente.

De acordo com a ministra, o que 4ª. CNMA recomenda é fruto da democracia participativa, em sua forma mais direta. Os debates contaram com a presença de representantes de governos estaduais, municipais e federal, pesquisadores, professores universitários e catadores. Na avaliação de muitos dos participantes, serviu para que as pessoas tomassem consciência da complexidade de implantar a PNRS e para que possam arregaçar as mangas para tornar o país mais sustentável. “Gente que nunca teve direito a voz nem voto nas decisões ministeriais, agora teve. É uma vitória do povo brasileiro”, avaliou Izabella. Para ela, a ajuda de todos permite com que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) possa fazer políticas públicas mais inclusivas e mais sustentáveis.

Na avaliação do diretor do Departamento de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental do MMA, Geraldo Abreu, que coordenou a realização da 4ª. CNMA, a quantidade de pessoas envolvidas na realização da conferência é uma prova de que está havendo uma renovação da política ambiental no Brasil. “O recado que eles passaram é de que o governo não deve arredar pé de implantar a política de resíduos sólidos.”, afirmou. Uma das propostas aprovadas pede que o governo não adie o prazo para a desativação dos lixões e implantação dos aterros sanitários.

Para Abreu, ninguém mais quer ser apenas ouvinte nas questões ambientais. “Todos querem participar. Isso retira as decisões das mãos de alguns”, avalia. Ele conta que a escolha do tema para o evento foi controvertida. “Muitos achavam que não ia dar certo realizar uma conferência com uma política já adotada e sancionada”, disse. Agora a expectativa dele é de os bons resultados da 4ª. CNMA sejam traduzidos em ações concretas, que melhorem a implantação da política e a consolidação da responsabilidade compartilhada, com governos, empresas e cidadãos fazendo a sua parte.



Fonte: MMA

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

VEREADORES APROVAM LEI DE RECICLAGEM DO ÓLEO DE COZINHA, RESTA SABER SE A LEI VAI SER CUMPRIDA



Ficamos felizes com a aprovação deste projeto de lei na nossa Câmara de Vereadores, afinal, o óleo de cozinha, quando descartado no meio-ambiente de forma incorreta é altamente poluente. Segundo alguns estudos sobre degradação ambiental, cada litro que é lançado no meio ambiente pode poluir um milhão de litros de água e diante de uma perspectiva de escassez hídrica, tudo que pudermos fazer para diminuir os impactos negativos que causamos aos nossos rios é bem vindo. 


Entretanto, fico preocupada com a execução do projeto, afinal no Brasil existem uma série de leis que são aprovadas e desobedecidas pelo próprio poder público.  Além disto, sabemos que esta ideia não é nova no nosso município. 

Há alguns anos atrás participamos de uma reunião com um empresário de nossa cidade que pretendia lançar um projeto de responsabilidade socioambiental cujo objetivo era a reciclagem de óleo, entretanto, talvez por falta de parceiros acabou desistindo da ideia. 

No início do ano,  funcionários do SANEAR elaboraram um projeto cujo objetivo era o recolhimento e descarte correto do óleo de cozinha. Mas,  infelizmente, não sei por qual motivo, o projeto não avançou. E vejam que este projeto além de beneficiar o meio ambiente, com certeza, diminuirá os problemas de obstrução das tubulações, gerando economia de recursos financeiros  para a autarquia.

Desta forma, caso a lei seja realmente sancionada, esperamos que o Vereador Hussein realmente acompanhe e se empenhe para, que desta vez, a ideia saia do papel e seja colocada em prática. 

Abaixo reportagem do Jornal A Tribuna sobre a aprovação da lei. 


VEREADORES APROVAM PROJETO DE RECICLAGEM 


A Câmara Municipal aprovou ontem (23), por unanimidade, o projeto de lei de autoria do vereador Hussein Doaud (PP) que prevê a reciclagem de óleo comestível em Rondonópolis. Segundo o vereador, a proposta, assim que virar lei, já tem o apoio do Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear), além de já contar com empresas interessadas em comprar ou permutar o óleo com materiais como tintas ou produtos de limpeza.
Para o vereador, o importante é envolver a sociedade no projeto para que ele realmente saia do papel. “Como não devo estar mais na Câmara quando o projeto de lei for sancionado [o vereador é suplente de Roni Magnani, que está de licença médica] me proponho a ser voluntário para fazê-lo acontecer, para não deixar ficar somente no papel”, destacou Hussein.

Na semana passada, o parlamentar esteve em Brasília (DF) para conhecer o projeto de reciclagem de óleo comestível que funciona desde 2007 e disse que a empresa já conta com 150 pontos de coleta de óleo comestível na cidade e com um veículo que faz o recolhimento. Depois de recolhido, o óleo é levado para a Caesb [Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal], que o transforma em sabão, que por sua vez, é doado para entidades beneficentes e vai abastecer famílias carentes da cidade.

“A Caesb me passará a fórmula do sabão produzido por eles e uma das alternativas é envolver os reeducandos da (Penitenciária) da Mata Grande na fabricação do sabão com o óleo recolhido pelas entidades e escolas”, acrescentou.

A proposta aprovada prevê a adoção de medidas estratégicas com a finalidade de não acarretar prejuízos à rede de esgoto; evitar a poluição de mananciais; informar a população quanto aos riscos ambientais; conscientizar e motivar empresários do setor gastronômico da importância da reciclagem; favorecer a exploração econômica de reciclagem; e, criar e incentivar galpões de triagem.

Consta do projeto o incentivo aos estudos e desenvolvimento de projetos e outras medidas voltadas à reciclagem e aproveitamento dos óleos e gorduras vegetais e animais, promovendo discussões, busca de incentivo a cooperação entre União, Estado, Município e organizações sociais, estímulo à pequena e média empresa e criação de galpões de triagem no município.

Ainda, segundo a proposta, o Poder Executivo indicará o órgão da estrutura organizacional da prefeitura que executará o programa municipal de tratamento e reciclagem de óleo de cozinha, orientando e fiscalizando a instalação e operação de unidades de tratamento e reciclagem, além da criação do serviço de recolhimento.

Já as unidades não governamentais e outras entidades beneficentes e clubes de serviços poderão fazer a coleta e a entrega do óleo reciclado ou dispor dos produtos resultantes e promover a venda, repassando 5% do lucro total para o Fundo Municipal de Meio Ambiente.

Fonte: A Tribuna
http://www.atribunamt.com.br/2013/10/vereadores-aprovam-projeto-de-reciclagem/

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Como bem diz a reportagem do Estadão, não podemos ser pessimistas, mas a solução para os problemas gerados pelo lixo vão precisar de muito esforço de todos nós.


O lixo, seus dramas, caminhos possíveis


WASHINGTON NOVAES *

Deveria ser de leitura obrigatória para administradores públicos e legisladores em todos os níveis - começando por governo federal, Congresso, governos estaduais, deputados, prefeitos, vereadores -, mas também para empresários e consumidores, o texto Gestão de resíduos sólidos para uma sociedade mais próspera, escrito pelo professor Ricardo Abramovay, do Departamento de Economia, e das pesquisadoras Juliana S. Speranza e Cécile Petitgand, do Núcleo de Economia Socioambiental, todos da Universidade de São Paulo (USP). Dificilmente se encontrará texto mais abrangente sobre a questão dos resíduos e as políticas adequadas que devem norteá-la, mais rico em informações, capaz de levar a mudanças indispensáveis.
É um tema decisivo para o Brasil, que no ano passado produziu 63 milhões de toneladas de resíduos domiciliares, mas não está reduzindo essa geração, nem em termos absolutos nem por pessoa. Segundo o texto, 40% do lixo, pelo menos, vai para lixões ou aterros "controlados". E muito pouco se tem avançado. O problema não se restringe às áreas de saúde pública e de ocupação de espaços urbanos. Por isso os avanços dependerão também de uma "reformulação" até mesmo do setor privado e de seus "padrões de oferta de bens e serviços" - o que já faz parte dos objetivos estratégicos dos países do Primeiro Mundo, que responsabilizam os produtores de bens, o setor de embalagens e os geradores de inovações tecnológicas por soluções que levem a melhor aproveitamento de materiais (em computadores e celulares, por exemplo, ou na área de produtos químicos, na qual já existem 248 mil produtos em circulação; um aparelho de televisão pode ter até mais de 4 mil componentes).
Mas só 10% dos municípios brasileiros apresentaram - no prazo, que já esgotou, estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - seus planos de gestão para a área, eles que devem ser os principais executores. Em geral, enfrentam forte resistência dos produtores de bens, de políticos que a eles se aliam (em troca de "financiamentos para campanhas") e da maioria da própria população, que entende não ser sua a obrigação, porque já paga impostos em que estariam embutidos serviços da área. E isso dificulta a legislação e a aplicação do princípio poluidor/pagador, de onde deveriam vir os recursos. Na Europa, nos EUA, no Japão essa responsabilização do produtor de bens e dos geradores de resíduos tem sido a chave dos avanços.
O texto agora divulgado pelos professores da USP vê muitas ambiguidades no conteúdo da PNRS, começando exatamente pela falta de definição clara das responsabilidades e pelo financiamento e organização da logística reversa, que levaria de volta aos produtores as embalagens dos bens consumidos. Também deixa às prefeituras os custos de coleta e destinação do lixo - o que é muito problemático, principalmente com a predominância de resíduos orgânicos. Só há aterros adequados em 27% dos municípios. A criação de mais aterros e os custos envolvidos incluem-se entre os obstáculos, até por causa da distância, que encarece os custos de transporte do lixo coletado. E a necessidade de formar consórcios entre as municipalidades implica muitas dificuldades políticas, em especial com a resistência dos que temem perder poder ou deixar de influir nas concessões.
Já fizemos alguns avanços importantes em alguns setores - com destaque para pneus descartados, embalagens de agrotóxicos, recebimento obrigatório de pilhas e baterias, óleos lubrificantes -, mas falta muito. Também há avanços na recuperação de embalagens de alumínio (dado o alto custo da energia na produção desse material), do papel e do plástico, do aço. Ainda faltam caminhos para levar quem gera mais lixo a pagar mais.
Problemas não existem só aqui. Resíduos são uma questão difícil em todo o mundo, já que é produzido 1,3 bilhão de toneladas anuais - a produção per capita dobrou nas últimas décadas e chega a 1,2 quilo diário. E a previsão é de que chegue a 2,2 bilhões de toneladas em 2020, embora a tonelagem incinerada ou depositada em aterros na Europa, por exemplo, tenha caído, graças à reciclagem, que passou de 23% para 35% na primeira década deste século. Na Alemanha a produção de resíduos caiu 15% com a introdução de sistema baseado no princípio poluidor/pagador: cada gerador de resíduos em residências, por exemplo, tem de separá-los obrigatoriamente e paga uma taxa proporcional ao volume do recipiente em que são coletados; o lixo orgânico é recolhido pelo poder público e enviado para aterros ou usinas de incineração; o "lixo seco" (embalagens, etc.) vai para outro recipiente e é recolhido em todo o país por uma entidade mantida pelos produtores dos bens consumidos, que pagam proporcionalmente ao volume, tiragem, etc. Os resultados foram altamente positivos em tempo curto.
Mesmo com os avanços os países da OCDE, que têm população equivalente à da África toda, produzem cem vezes mais lixo que esse continente, observa o estudo. Ou 50% de todo o lixo do mundo. E ainda exportam uma parte de seus resíduos - principalmente eletrônicos - para países africanos, numa espécie de "colonialismo da imundície", como tem sido chamado em relatórios internacionais já registrados neste espaço em artigos anteriores. Os EUA também exportam 50% de seus resíduos eletrônicos.
Embora o estudo não seja pessimista, precisaremos de muito esforço para chegar a transformações indispensáveis no poder público em todos os níveis, ainda mais que a própria população também resiste a qualquer inovação que dela exija contribuição financeira em impostos ou taxas. Da mesma forma, parte do setor produtivo não quer incorporar custos, alegando que sofrerá perda de rentabilidade (que só ocorreria se a regra não fosse geral). Mas não há alternativas - a não ser a sujeira, a degradação de áreas urbanas, o desperdício.

Fonte: O Estado

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-lixo-seus-dramas-caminhos-possiveis-,1057441,0.htm

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O atraso do poder público em responder ao desafio da agenda emergente do MMA, relacionada com a sustentabilidade urbana.

No dia 15 de outubro mais uma reportagem (veja link abaixo) foi veiculada na TV alertando para o problema da destinação incorreta de lixo em Rondonópolis.

Para quem vem acompanhado as ações voluntárias do Movimento União Cidadã Recicla Rondonópolis e acompanhando as reportagens continuas dos nossos meios de comunicação (sites de notícias, jornais, e e programas de TV) isto não é novidade. Há mais de um ano estamos alertando para os riscos que nossa cidade corre caso não seja elaborado o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos, conforme determina a Lei 12.305/2010.

Em recente audiência pública, que aconteceu no auditório do SEBRAE, para discutir a implantação de um aterro sanitário privado em Rondonópolis pela empresa REPRAM - Reciclagem de Preservação Ambiental, o Promotor do Meio-Ambiente, Dr. Marcelo Vacchiano, declarou que o Ministério Público já acionou a prefeitura exigindo o fechamento do lixão e a construção do aterro sanitário.

Entretanto, o Sanear e a Prefeitura, não se manifestam, ou quando o fazem é para declarar que estão licitando uma empresa para fazer os planos.

Tudo isto é muito preocupante, afinal a Lei Federal de Saneamento Básico (11.445/2007),que determina que os municípios tenham um Plano de Saneamento Básico (conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais relativo aos processos de : a) abastecimento de água potável; b) esgotamento sanitário; c) manejo de resíduos sólidos; d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas)  é de 2007, entretanto, como várias gestores públicos, assim como os nossos,  não cumpriram a lei, agora o governo federal deu um prazo e uma pena, os municípios que não elaborarem seu Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) até 2014 não  receberão mais recursos federais para projetos de saneamento básico.

Diante do prazo que se esgota e a falta de iniciativas, podemos perceber que o desafio será bem grande, corremos o risco de ficar sem plano de gestão de saneamento, sem plano de gestão de resíduos sólidos e consequentemente sem acesso a recursos federais para projetos de saneamento.

Talvez tenhamos um aterro sanitário particular, pois conforme foi salientado na audiência pública, apesar da empresa REPRAM não ter feito nenhum contrato com a Prefeitura para a destinação dos resíduos domésticos da coleta pública, nada impede, posteriormente, a empresa prestar este serviço para a cidade. 

Entretanto, o que nos deixa preocupados é que só através da construção dos planos é que se torna possível apontar as diretrizes, as metas e a ações que são necessários para a implementação dos objetivos das leis. 

Já temos uma taxa de lixo aprovada na cidade, mas nem sabemos de onde saiu a base de cálculo que determina o valor da taxa e nem quais os serviços que a mesma irá cobrir. 

Acredito que em matéria de gestão, seja pública ou privada, o planejamento é indispensável. E em se tratando de gerenciar uma cidade, se não forem feitos os planos, corremos o risco de que o nosso crescimento não seja acompanhado pela provisão de infra-estrutura e serviços públicos adequados.

Assim, quando nossos gestores não planejam, não programam as ações que serão realizadas no município, mas sim as concebe no dia-a-dia, conforme a urgência de cada situação acabam por comprometer o nosso futuro. 

Caso você, caro leitor, queira entender o que é um plano de gestão de resíduos sólidos é só acessar o link:http://www.mma.gov.br/estruturas/182/_arquivos/manual_de_residuos_solidos3003_182.pdf . Lá, você vai encontrar um manual que foi criado pelo Ministério do Meio Ambiente com o objetivo de qualificar e orientar os gestores públicos para elaboração do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos.

E para quem quiser assistir a reportagem, segue o link:

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Palestra Motivacional no Circo Groeck



Conforme anunciei em post anterior na sexta-feira, dia 11 de outubro o Circo Grock ofereceu as empresas parceiras e funcionários da Prefeitura uma palestra motivacional com o artista Nil Moura.

Tive a oportunidade de participar e me encantei. De forma lúdica e inteligente o artista fala de harmonia e equilíbrio adquiridos a partir do auto-conhecimento. De maneira inteligente foi mostrando para a platéia a importância do auto-conhecimento, após este a possibilidade de autodomínio e então a automotivação e o gerenciamento das relações interpessoais.
Infelizmente, não sei por que motivo, poucos funcionários públicos compareceram no evento. Mas, o certo é que perderam uma ótima oportunidade de aprendizado.






Por acaso, encontrei na Internet um link do youtube que faz um pequeno resumo desta proposta de  apresentação e estou disponibilizando abaixo, pois acredito ser uma boa oportunidade para as empresas que queiram oferecer uma palestra diferente para seus funcionários.

Acessem:

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Inovação através de ações de Responsabilidade Socioambiental



Diante da competitividade acirrada e das constantes mudanças em todos os setores, se fala muito em inovação como ferramenta para tornar o negócio mais competitivo e atraente para os clientes. 

Mas, o que é inovação? Muitas pessoas pensam, que inovação são apenas invenções ou avanços científicos e tecnológicos, entretanto inovação é um conceito ligado a valor, isto é, algo novo e que consegue alterar, gerando valor ao seu ambiente.Mas, valor não quer dizer necessariamente de poder econômico, ela pode vir na forma de valor socioambiental.

O Circo Grock, que estará em nossa cidade, durante todo este mês é um exemplo disto. Além do espetáculo dos trapezistas, mágicos e palhaços que trazem muita alegria, diversão e emoção para as crianças, o circo tem outras propostas que são inovadoras neste tipo de negócio, como oficinas de técnicas circenses para professores, artistas e interessados,  palestra motivacional para as empresas, apresentação especial, em comemoração do Dia da Criança,   para as crianças da APAE e doação de todos os resíduos passíveis de reciclagem, gerados durante a sua estada na cidade, para os catadores da Coopercicla - Cooperativa de catadores que está se formando no Jardim das Flores.

Através destas ações, o circo inova, além de cuidar do meio ambiente e da comunidade onde está se apresentando, o circo também passa a considerar um cliente até então desconsiderado pela indústria convencional do circo - as empresas e seus funcionários.


Para quem quiser conhecer algumas das ações do circo, acesse as reportagens abaixo: