terça-feira, 29 de outubro de 2013

Vejam só, já começaram as manifestações a favor da revisão do prazo fixado para a implantação da Lei 12305/2010

Atentem para  a  declaração do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) ao defender a prorrogação do prazo para a implantação da PNRS:  “É um prazo curto para a implementação da política. Não se trata de dizer que vamos abrir um novo prazo para o município não fazer. É que, com esse prazo, não vai dar tempo de fazer algo benfeito.”  (Agência Brasil)

Entretanto, para nos cidadãos, é esta a impressão que fica, que será dado um novo prazo para os municípios não cumprirem, afinal conforme expressão popular " parece já assistimos este filme". É só relembrarmos que  no final de  2010, o governo federal decidiu prorrogar o prazo de elaboração dos planos municipais de saneamento básico, previsto na Lei 11.445/07. De dezembro de 2010, o prazo foi prorrogado  para dezembro de 2013, já que muitos municípios ainda não tinham cumprido a lei. Entretanto, me parece que a prorrogação não modificou muito o cenário, afinal estamos chegando ao final de 2013 e grande parte dos municípios, inclusive Rondonópolis, ainda não elaboraram seus planos, mesmo sabendo que correm o  risco de não poderem mais acessar recursos do governo federal para obras de saneamento.

E mesmo, os municípios que já estão em processo de elaboração dos planos, ainda deverão apresentá-los em audiências públicas e às câmaras de vereadores para as possíveis correções e aprovações. Como vocês podem perceber, o processo tem várias etapas, assim, os gestores públicos, que até agora, em pleno início de novembro, ainda nem começaram o processo, sinalizam que já estão contando com a possível prorrogação do prazo novamente. 

E é assim que  caminha a administração pública brasileira, prazos e metas prorrogados ou então, deixados para a execução do próximo gestor público.

Entretanto, acho bom ficarmos mais atentos para que desta vez seja diferente, afinal já estamos sentindo "na pele" as consequencias (alto índice poluição dos nossos rios, problemas com fornecimento de água, tratamento de esgoto, coleta e descarte de resíduos, problemas de saúde pública, etc.)  da ausência de saneamento nas cidades brasileiras.

Segue abaixo a reportagem da Agência Brasil na íntegra:

Secretário e deputado consideram curto prazo para erradicar lixões até 2014

Ana Cristina Campos, da Agência Brasil
Palestrantes da 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente consideram muito curto o prazo até agosto do ano que vem para erradicar os 3 mil lixões do país. A data foi estabelecida na Lei 12.305, de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Pela lei, depois do ano que vem, o Brasil não poderá mais ter lixões, que serão substituídos por aterros sanitários.
Além disso, os resíduos recicláveis não poderão ser enviados para os aterros sanitários. Os municípios que desrespeitarem a norma podem ser multados.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) defendeu a revisão do prazo fixado na lei. “É um prazo curto para a implementação da política. Não se trata de dizer que vamos abrir um novo prazo para o município não fazer. É que, com esse prazo, não vai dar tempo de fazer algo benfeito.”
Para o deputado, o prazo apertado está aumentando a pressão sobre os prefeitos, e muitos estão recorrendo à incineração dos resíduos para que eles não sejam envidos aos lixões. “A incineração está sendo vendida como a solução de todos os problemas, mas não é a solução. Se não ajudarmos os municípios, vamos colocar os prefeitos nas garras da lei, sendo que eles não têm como resolver.”
Segundo o secretário de Gestão Ambiental de São Bernardo do Campo, em São Paulo, João Ricardo Caetano, além de acabar com os lixões, será preciso, na sequência, tratar o passivo ambiental gerado pela disposição inadequada de resíduos ao longo dos anos. “Temos quase 3 mil lixões espalhados em 2.800 cidades. A legislação aponta a eliminação dos lixões até 2014, e isso é um problema. Houve algum problema entre a lei e a política pública que não tem sido muito eficiente no sentido de oferecer recursos e assistência técnica para grande parte das prefeituras do país para que pudessem erradicar os lixões”, ressaltou.
Os conferencistas destacaram que os pequenos municípios, com menos de 10 mil habitantes, não têm recursos financeiros, nem equipe técnica qualificada para elaborar planos de gestão de resíduos sólidos, ou para construir e manter aterros sanitários. Os especialistas apontaram o consórcio entre municípios na implantação de aterros sanitários como saída para diminuir os custos.
Sérgio Cotrim, do Ministério das Cidades, disse que a permanência dos lixões deve-se ao problema orçamentário das pequenas cidades, que não têm condições de pagar pelo tratamento dos resíduos sólidos. “O orçamento em um município pequeno para o tratamento [de resíduos sólidos] tem que ser disputado com a educação e a saúde”, disse. Segundo ele, a solução passa pela regionalização dos aterros sanitários e pela simplificação dos sistemas de gestão de resíduos sólidos para dar condições às prefeituras para que atendam ao prazo da legislação.
(Agência Brasil)






segunda-feira, 28 de outubro de 2013

60 recomendações foram aprovadas na Conferência Nacional do Meio Ambiente

Fim de festa: ministra confraterniza com os delegados









Os participantes fazem um balanço positivo da Conferência, evento que reuniu quase 3 mil pessoas, prova de que há muitas pessoas interessadas em cuidar do nosso meio-ambiente. Um dos avanços é a criação de um grupo de trabalho permanente vinculado ao gabinete da ministra Izabella Teixeira, com um representante dos catadores de produtos recicláveis para acompanhar a implantação da PNRS.

Leia reportagem completa do Ministério do Meio Ambiente:

Conferência do Meio Ambiente aprova 60 recomendações para aprimorar a lei

PAULENIR CONSTÂNCIO

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou neste domingo (27/10), no encerramento da 4ª. Conferência Nacional do Meio Ambiente, em Brasília, a criação de um grupo de trabalho permanente, vinculado ao seu gabinete, com um representante dos catadores de produtos recicláveis, para acompanhar a implantação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS). É a primeira medida a ser tomada após o evento, que reuniu quase 3 mil pessoas, de 27 Estados, para elaborar uma pauta prioritária com 60 recomendações que foram encaminhadas ao governo para tornar a política uma realidade.

Para a ministra, a 4ª. CNMA acelera o processo de implantação da lei. “É uma nova agenda de trabalho, tanto para os governos, quanto para os cidadãos e as empresas. É isso que muda o Brasil. Vocês estão aqui defendendo o seu país”, disse a ministra ao analisar a os resultados da participação popular. Das etapas estaduais até a conferência nacional, os debates em torno da PNRS já reuniram mais de 200 mil pessoas. “Isso demonstra que todos querem e estão dispostos a trabalhar para que a política de resíduos sólidos avance”, salientou.

RECOMENDAÇÕES

As propostas vencedoras do fórum nacional recomendam ao governo que amplie e diversifique suas ações na área de educação ambiental, fortaleça a fiscalização com leis e medidas mais rígidas, estimule com campanhas e recursos financeiros a reciclagem, desonere a logística reversa, valorize a mão de obra dos catadores e elabore leis que proíbam a incineração de resíduos recicláveis. Em três dias de debates e votações, um conjunto de 160 propostas com origem nas etapas estaduais e municipais definiu as 60 prioridades. Isabella lembrou que as conferências anteriores sempre produziram sugestões acatadas e transformadas em política públicas e que essa não será diferente.

De acordo com a ministra, o que 4ª. CNMA recomenda é fruto da democracia participativa, em sua forma mais direta. Os debates contaram com a presença de representantes de governos estaduais, municipais e federal, pesquisadores, professores universitários e catadores. Na avaliação de muitos dos participantes, serviu para que as pessoas tomassem consciência da complexidade de implantar a PNRS e para que possam arregaçar as mangas para tornar o país mais sustentável. “Gente que nunca teve direito a voz nem voto nas decisões ministeriais, agora teve. É uma vitória do povo brasileiro”, avaliou Izabella. Para ela, a ajuda de todos permite com que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) possa fazer políticas públicas mais inclusivas e mais sustentáveis.

Na avaliação do diretor do Departamento de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental do MMA, Geraldo Abreu, que coordenou a realização da 4ª. CNMA, a quantidade de pessoas envolvidas na realização da conferência é uma prova de que está havendo uma renovação da política ambiental no Brasil. “O recado que eles passaram é de que o governo não deve arredar pé de implantar a política de resíduos sólidos.”, afirmou. Uma das propostas aprovadas pede que o governo não adie o prazo para a desativação dos lixões e implantação dos aterros sanitários.

Para Abreu, ninguém mais quer ser apenas ouvinte nas questões ambientais. “Todos querem participar. Isso retira as decisões das mãos de alguns”, avalia. Ele conta que a escolha do tema para o evento foi controvertida. “Muitos achavam que não ia dar certo realizar uma conferência com uma política já adotada e sancionada”, disse. Agora a expectativa dele é de os bons resultados da 4ª. CNMA sejam traduzidos em ações concretas, que melhorem a implantação da política e a consolidação da responsabilidade compartilhada, com governos, empresas e cidadãos fazendo a sua parte.



Fonte: MMA

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

VEREADORES APROVAM LEI DE RECICLAGEM DO ÓLEO DE COZINHA, RESTA SABER SE A LEI VAI SER CUMPRIDA



Ficamos felizes com a aprovação deste projeto de lei na nossa Câmara de Vereadores, afinal, o óleo de cozinha, quando descartado no meio-ambiente de forma incorreta é altamente poluente. Segundo alguns estudos sobre degradação ambiental, cada litro que é lançado no meio ambiente pode poluir um milhão de litros de água e diante de uma perspectiva de escassez hídrica, tudo que pudermos fazer para diminuir os impactos negativos que causamos aos nossos rios é bem vindo. 


Entretanto, fico preocupada com a execução do projeto, afinal no Brasil existem uma série de leis que são aprovadas e desobedecidas pelo próprio poder público.  Além disto, sabemos que esta ideia não é nova no nosso município. 

Há alguns anos atrás participamos de uma reunião com um empresário de nossa cidade que pretendia lançar um projeto de responsabilidade socioambiental cujo objetivo era a reciclagem de óleo, entretanto, talvez por falta de parceiros acabou desistindo da ideia. 

No início do ano,  funcionários do SANEAR elaboraram um projeto cujo objetivo era o recolhimento e descarte correto do óleo de cozinha. Mas,  infelizmente, não sei por qual motivo, o projeto não avançou. E vejam que este projeto além de beneficiar o meio ambiente, com certeza, diminuirá os problemas de obstrução das tubulações, gerando economia de recursos financeiros  para a autarquia.

Desta forma, caso a lei seja realmente sancionada, esperamos que o Vereador Hussein realmente acompanhe e se empenhe para, que desta vez, a ideia saia do papel e seja colocada em prática. 

Abaixo reportagem do Jornal A Tribuna sobre a aprovação da lei. 


VEREADORES APROVAM PROJETO DE RECICLAGEM 


A Câmara Municipal aprovou ontem (23), por unanimidade, o projeto de lei de autoria do vereador Hussein Doaud (PP) que prevê a reciclagem de óleo comestível em Rondonópolis. Segundo o vereador, a proposta, assim que virar lei, já tem o apoio do Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear), além de já contar com empresas interessadas em comprar ou permutar o óleo com materiais como tintas ou produtos de limpeza.
Para o vereador, o importante é envolver a sociedade no projeto para que ele realmente saia do papel. “Como não devo estar mais na Câmara quando o projeto de lei for sancionado [o vereador é suplente de Roni Magnani, que está de licença médica] me proponho a ser voluntário para fazê-lo acontecer, para não deixar ficar somente no papel”, destacou Hussein.

Na semana passada, o parlamentar esteve em Brasília (DF) para conhecer o projeto de reciclagem de óleo comestível que funciona desde 2007 e disse que a empresa já conta com 150 pontos de coleta de óleo comestível na cidade e com um veículo que faz o recolhimento. Depois de recolhido, o óleo é levado para a Caesb [Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal], que o transforma em sabão, que por sua vez, é doado para entidades beneficentes e vai abastecer famílias carentes da cidade.

“A Caesb me passará a fórmula do sabão produzido por eles e uma das alternativas é envolver os reeducandos da (Penitenciária) da Mata Grande na fabricação do sabão com o óleo recolhido pelas entidades e escolas”, acrescentou.

A proposta aprovada prevê a adoção de medidas estratégicas com a finalidade de não acarretar prejuízos à rede de esgoto; evitar a poluição de mananciais; informar a população quanto aos riscos ambientais; conscientizar e motivar empresários do setor gastronômico da importância da reciclagem; favorecer a exploração econômica de reciclagem; e, criar e incentivar galpões de triagem.

Consta do projeto o incentivo aos estudos e desenvolvimento de projetos e outras medidas voltadas à reciclagem e aproveitamento dos óleos e gorduras vegetais e animais, promovendo discussões, busca de incentivo a cooperação entre União, Estado, Município e organizações sociais, estímulo à pequena e média empresa e criação de galpões de triagem no município.

Ainda, segundo a proposta, o Poder Executivo indicará o órgão da estrutura organizacional da prefeitura que executará o programa municipal de tratamento e reciclagem de óleo de cozinha, orientando e fiscalizando a instalação e operação de unidades de tratamento e reciclagem, além da criação do serviço de recolhimento.

Já as unidades não governamentais e outras entidades beneficentes e clubes de serviços poderão fazer a coleta e a entrega do óleo reciclado ou dispor dos produtos resultantes e promover a venda, repassando 5% do lucro total para o Fundo Municipal de Meio Ambiente.

Fonte: A Tribuna
http://www.atribunamt.com.br/2013/10/vereadores-aprovam-projeto-de-reciclagem/

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Como bem diz a reportagem do Estadão, não podemos ser pessimistas, mas a solução para os problemas gerados pelo lixo vão precisar de muito esforço de todos nós.


O lixo, seus dramas, caminhos possíveis


WASHINGTON NOVAES *

Deveria ser de leitura obrigatória para administradores públicos e legisladores em todos os níveis - começando por governo federal, Congresso, governos estaduais, deputados, prefeitos, vereadores -, mas também para empresários e consumidores, o texto Gestão de resíduos sólidos para uma sociedade mais próspera, escrito pelo professor Ricardo Abramovay, do Departamento de Economia, e das pesquisadoras Juliana S. Speranza e Cécile Petitgand, do Núcleo de Economia Socioambiental, todos da Universidade de São Paulo (USP). Dificilmente se encontrará texto mais abrangente sobre a questão dos resíduos e as políticas adequadas que devem norteá-la, mais rico em informações, capaz de levar a mudanças indispensáveis.
É um tema decisivo para o Brasil, que no ano passado produziu 63 milhões de toneladas de resíduos domiciliares, mas não está reduzindo essa geração, nem em termos absolutos nem por pessoa. Segundo o texto, 40% do lixo, pelo menos, vai para lixões ou aterros "controlados". E muito pouco se tem avançado. O problema não se restringe às áreas de saúde pública e de ocupação de espaços urbanos. Por isso os avanços dependerão também de uma "reformulação" até mesmo do setor privado e de seus "padrões de oferta de bens e serviços" - o que já faz parte dos objetivos estratégicos dos países do Primeiro Mundo, que responsabilizam os produtores de bens, o setor de embalagens e os geradores de inovações tecnológicas por soluções que levem a melhor aproveitamento de materiais (em computadores e celulares, por exemplo, ou na área de produtos químicos, na qual já existem 248 mil produtos em circulação; um aparelho de televisão pode ter até mais de 4 mil componentes).
Mas só 10% dos municípios brasileiros apresentaram - no prazo, que já esgotou, estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - seus planos de gestão para a área, eles que devem ser os principais executores. Em geral, enfrentam forte resistência dos produtores de bens, de políticos que a eles se aliam (em troca de "financiamentos para campanhas") e da maioria da própria população, que entende não ser sua a obrigação, porque já paga impostos em que estariam embutidos serviços da área. E isso dificulta a legislação e a aplicação do princípio poluidor/pagador, de onde deveriam vir os recursos. Na Europa, nos EUA, no Japão essa responsabilização do produtor de bens e dos geradores de resíduos tem sido a chave dos avanços.
O texto agora divulgado pelos professores da USP vê muitas ambiguidades no conteúdo da PNRS, começando exatamente pela falta de definição clara das responsabilidades e pelo financiamento e organização da logística reversa, que levaria de volta aos produtores as embalagens dos bens consumidos. Também deixa às prefeituras os custos de coleta e destinação do lixo - o que é muito problemático, principalmente com a predominância de resíduos orgânicos. Só há aterros adequados em 27% dos municípios. A criação de mais aterros e os custos envolvidos incluem-se entre os obstáculos, até por causa da distância, que encarece os custos de transporte do lixo coletado. E a necessidade de formar consórcios entre as municipalidades implica muitas dificuldades políticas, em especial com a resistência dos que temem perder poder ou deixar de influir nas concessões.
Já fizemos alguns avanços importantes em alguns setores - com destaque para pneus descartados, embalagens de agrotóxicos, recebimento obrigatório de pilhas e baterias, óleos lubrificantes -, mas falta muito. Também há avanços na recuperação de embalagens de alumínio (dado o alto custo da energia na produção desse material), do papel e do plástico, do aço. Ainda faltam caminhos para levar quem gera mais lixo a pagar mais.
Problemas não existem só aqui. Resíduos são uma questão difícil em todo o mundo, já que é produzido 1,3 bilhão de toneladas anuais - a produção per capita dobrou nas últimas décadas e chega a 1,2 quilo diário. E a previsão é de que chegue a 2,2 bilhões de toneladas em 2020, embora a tonelagem incinerada ou depositada em aterros na Europa, por exemplo, tenha caído, graças à reciclagem, que passou de 23% para 35% na primeira década deste século. Na Alemanha a produção de resíduos caiu 15% com a introdução de sistema baseado no princípio poluidor/pagador: cada gerador de resíduos em residências, por exemplo, tem de separá-los obrigatoriamente e paga uma taxa proporcional ao volume do recipiente em que são coletados; o lixo orgânico é recolhido pelo poder público e enviado para aterros ou usinas de incineração; o "lixo seco" (embalagens, etc.) vai para outro recipiente e é recolhido em todo o país por uma entidade mantida pelos produtores dos bens consumidos, que pagam proporcionalmente ao volume, tiragem, etc. Os resultados foram altamente positivos em tempo curto.
Mesmo com os avanços os países da OCDE, que têm população equivalente à da África toda, produzem cem vezes mais lixo que esse continente, observa o estudo. Ou 50% de todo o lixo do mundo. E ainda exportam uma parte de seus resíduos - principalmente eletrônicos - para países africanos, numa espécie de "colonialismo da imundície", como tem sido chamado em relatórios internacionais já registrados neste espaço em artigos anteriores. Os EUA também exportam 50% de seus resíduos eletrônicos.
Embora o estudo não seja pessimista, precisaremos de muito esforço para chegar a transformações indispensáveis no poder público em todos os níveis, ainda mais que a própria população também resiste a qualquer inovação que dela exija contribuição financeira em impostos ou taxas. Da mesma forma, parte do setor produtivo não quer incorporar custos, alegando que sofrerá perda de rentabilidade (que só ocorreria se a regra não fosse geral). Mas não há alternativas - a não ser a sujeira, a degradação de áreas urbanas, o desperdício.

Fonte: O Estado

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-lixo-seus-dramas-caminhos-possiveis-,1057441,0.htm

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O atraso do poder público em responder ao desafio da agenda emergente do MMA, relacionada com a sustentabilidade urbana.

No dia 15 de outubro mais uma reportagem (veja link abaixo) foi veiculada na TV alertando para o problema da destinação incorreta de lixo em Rondonópolis.

Para quem vem acompanhado as ações voluntárias do Movimento União Cidadã Recicla Rondonópolis e acompanhando as reportagens continuas dos nossos meios de comunicação (sites de notícias, jornais, e e programas de TV) isto não é novidade. Há mais de um ano estamos alertando para os riscos que nossa cidade corre caso não seja elaborado o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos, conforme determina a Lei 12.305/2010.

Em recente audiência pública, que aconteceu no auditório do SEBRAE, para discutir a implantação de um aterro sanitário privado em Rondonópolis pela empresa REPRAM - Reciclagem de Preservação Ambiental, o Promotor do Meio-Ambiente, Dr. Marcelo Vacchiano, declarou que o Ministério Público já acionou a prefeitura exigindo o fechamento do lixão e a construção do aterro sanitário.

Entretanto, o Sanear e a Prefeitura, não se manifestam, ou quando o fazem é para declarar que estão licitando uma empresa para fazer os planos.

Tudo isto é muito preocupante, afinal a Lei Federal de Saneamento Básico (11.445/2007),que determina que os municípios tenham um Plano de Saneamento Básico (conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais relativo aos processos de : a) abastecimento de água potável; b) esgotamento sanitário; c) manejo de resíduos sólidos; d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas)  é de 2007, entretanto, como várias gestores públicos, assim como os nossos,  não cumpriram a lei, agora o governo federal deu um prazo e uma pena, os municípios que não elaborarem seu Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) até 2014 não  receberão mais recursos federais para projetos de saneamento básico.

Diante do prazo que se esgota e a falta de iniciativas, podemos perceber que o desafio será bem grande, corremos o risco de ficar sem plano de gestão de saneamento, sem plano de gestão de resíduos sólidos e consequentemente sem acesso a recursos federais para projetos de saneamento.

Talvez tenhamos um aterro sanitário particular, pois conforme foi salientado na audiência pública, apesar da empresa REPRAM não ter feito nenhum contrato com a Prefeitura para a destinação dos resíduos domésticos da coleta pública, nada impede, posteriormente, a empresa prestar este serviço para a cidade. 

Entretanto, o que nos deixa preocupados é que só através da construção dos planos é que se torna possível apontar as diretrizes, as metas e a ações que são necessários para a implementação dos objetivos das leis. 

Já temos uma taxa de lixo aprovada na cidade, mas nem sabemos de onde saiu a base de cálculo que determina o valor da taxa e nem quais os serviços que a mesma irá cobrir. 

Acredito que em matéria de gestão, seja pública ou privada, o planejamento é indispensável. E em se tratando de gerenciar uma cidade, se não forem feitos os planos, corremos o risco de que o nosso crescimento não seja acompanhado pela provisão de infra-estrutura e serviços públicos adequados.

Assim, quando nossos gestores não planejam, não programam as ações que serão realizadas no município, mas sim as concebe no dia-a-dia, conforme a urgência de cada situação acabam por comprometer o nosso futuro. 

Caso você, caro leitor, queira entender o que é um plano de gestão de resíduos sólidos é só acessar o link:http://www.mma.gov.br/estruturas/182/_arquivos/manual_de_residuos_solidos3003_182.pdf . Lá, você vai encontrar um manual que foi criado pelo Ministério do Meio Ambiente com o objetivo de qualificar e orientar os gestores públicos para elaboração do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos.

E para quem quiser assistir a reportagem, segue o link:

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Palestra Motivacional no Circo Groeck



Conforme anunciei em post anterior na sexta-feira, dia 11 de outubro o Circo Grock ofereceu as empresas parceiras e funcionários da Prefeitura uma palestra motivacional com o artista Nil Moura.

Tive a oportunidade de participar e me encantei. De forma lúdica e inteligente o artista fala de harmonia e equilíbrio adquiridos a partir do auto-conhecimento. De maneira inteligente foi mostrando para a platéia a importância do auto-conhecimento, após este a possibilidade de autodomínio e então a automotivação e o gerenciamento das relações interpessoais.
Infelizmente, não sei por que motivo, poucos funcionários públicos compareceram no evento. Mas, o certo é que perderam uma ótima oportunidade de aprendizado.






Por acaso, encontrei na Internet um link do youtube que faz um pequeno resumo desta proposta de  apresentação e estou disponibilizando abaixo, pois acredito ser uma boa oportunidade para as empresas que queiram oferecer uma palestra diferente para seus funcionários.

Acessem:

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Inovação através de ações de Responsabilidade Socioambiental



Diante da competitividade acirrada e das constantes mudanças em todos os setores, se fala muito em inovação como ferramenta para tornar o negócio mais competitivo e atraente para os clientes. 

Mas, o que é inovação? Muitas pessoas pensam, que inovação são apenas invenções ou avanços científicos e tecnológicos, entretanto inovação é um conceito ligado a valor, isto é, algo novo e que consegue alterar, gerando valor ao seu ambiente.Mas, valor não quer dizer necessariamente de poder econômico, ela pode vir na forma de valor socioambiental.

O Circo Grock, que estará em nossa cidade, durante todo este mês é um exemplo disto. Além do espetáculo dos trapezistas, mágicos e palhaços que trazem muita alegria, diversão e emoção para as crianças, o circo tem outras propostas que são inovadoras neste tipo de negócio, como oficinas de técnicas circenses para professores, artistas e interessados,  palestra motivacional para as empresas, apresentação especial, em comemoração do Dia da Criança,   para as crianças da APAE e doação de todos os resíduos passíveis de reciclagem, gerados durante a sua estada na cidade, para os catadores da Coopercicla - Cooperativa de catadores que está se formando no Jardim das Flores.

Através destas ações, o circo inova, além de cuidar do meio ambiente e da comunidade onde está se apresentando, o circo também passa a considerar um cliente até então desconsiderado pela indústria convencional do circo - as empresas e seus funcionários.


Para quem quiser conhecer algumas das ações do circo, acesse as reportagens abaixo: 






segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Rondonópolis já tem instituída a taxa do lixo, resta saber o que vai mudar na coleta e no tratamento do nosso lixo

 No dia 25 de setembro a Câmara Municipal de Rondonópolis aprovou o  projeto de lei complementar nº 51 de 2013, de autoria da Prefeitura, que institui a taxa de serviços públicos, que tem por finalidade o custeio de coleta, transporte, destinação, tratamento e disposição final ambiental adequada dos resíduos sólidos gerados na cidade.
Segundo o presidente da Câmara, o vereador Ibrahim Zaher, a taxa cobrada será de R$ 0,15 por metro quadrado para área construída industrial e R$ 0,09 residencial e o total da arrecadação desta taxa será investido no aterro sanitário da cidade.
Já sabíamos e já há algum tempo, vimos alertando a população, através de nossas palestras, que a Lei 12305/2010 prevê a taxa do lixo, entretanto a mesma só deve ser cobrada após o planejamento da gestão dos resíduos sólidos do município, isto é, só depois da execução do plano de gestão de resíduos sólidos é que o município pode prever qual o valor necessário para a correta disposição dos resíduos (aterro, coleta seletiva).
Na Conferência Municipal de Meio Ambiente de Rondonópolis, que aconteceu nos dias 08 e 09 de agosto, um representante do Sanear informou aos presentes que a empresa estava em processo de licitação para contratação da empresa que faria o Plano de Saneamento Básico e o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos do nosso município. Assim, o que nos causa surpresa é, se não temos ainda um plano de gestão de resíduos sólidos, que ferramenta foi usada para o cálculo do valor da taxa do lixo?
Segundo texto do Jornal A Tribuna

  Dia 10 de outubro, quinta-feira, às 9 horas, vamos ter uma audiência Pública para a discussão da implantação do aterro sanitário e industrial de Rondonópolis pela empresa REPRAM. 
Recomendo que a população participe desta audiência e verifique qual é a proposta desta empresa, pois a taxa do lixo já é certo que vamos ter que pagar, resta saber que tipo de serviço vão nos oferecer?