sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

DIA INTERNACIONAL DO CATADOR - 01 DE MARÇO

O que é lembrado no Dia Mundial do Catador?

(22 anos desde o massacre na Colômbia)

Em março de 1992, na Universidade Livre de Ottawa (Ottawa University) na Colômbia, 11 corpos foram encontrados. As vítimas haviam sido espancadas e baleadas, todas eram catadores informais, e haviam sido assassinados por funcionários da universidade.
Os catadores foram enganados pelos assassinos para entrar no prédio com a intenção coletar os recicláveis. Uma vez dentro, eles foram espancados e mortos com a finalidade de vender seus corpos para pesquisa e tráfico de órgãos. Um sobrevivente, que fingiu estar morto, contou à polícia sobre o que tinha acontecido.
Em memória do massacre - e em resposta as péssimas condições de trabalho que lutam para melhorar, além do preconceito que enfrentam em muitos níveis da sociedade – foi declarado o dia 01 de março o Dia Mundial dos Catadores. Este dia, foi criada no Primeiro Encontro Internacional de Catadores, que reuniu 34 países na Colômbia em 2008.
Aqui em Rondonópolis - MT, apesar de já termos uma cooperativa constituída, esta não tem apoio do poder público e só conseguiu implantar a coleta seletiva em um bairro da nossa cidade- Vila Mineira. Mas, que tal você homenagear os catadores,  separando os resíduos recicláveis da sua casa, desta forma com certeza,  vocês facilitarão o trabalho do catador individual( que andam pelas ruas) e também o trabalho dos  catadores que estão no lixão da cidade.

Vale a pena começar a criar este hábito!!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

EMPRESAS QUE ESTÃO FAZENDO A SUA PARTE - SELO AMIGO DO CATADOR

Empresa Iguaçu Máquinas - há mais de 3 anos fazendo a sua parte!

Além de fazer a gestão dos resíduos da empresa, ela também tem um ponto de coleta para os funcionários. Todos os resíduos passíveis de reciclagem coletados são doados para a COOPERCICLA.

Ponto de coleta - Iguaçu Máquinas



Organizando no carro da empresa para levar até a Coopercicla






Em busca de incentivar mais empresas a trilharem este caminho da sustentabilidade, o Movimento União Cidadã Recicla Rondonópolis em parceria com a Coopercicla e outras empresas que já estão neste movimento pretendem elaborar um projeto para reconhecer o trabalho destas empresas em prol do social e ambiental de nossa cidade. Aguardem, daqui alguns dias estaremos lançando o SELO AMIGO DO CATADOR
Entregando na Coopercicla




sábado, 1 de fevereiro de 2014

É urgente a valorização e remuneração dos catadores pelos serviços ambientais que eles prestam!


A profissão de catador é reconhecida como categoria profissional, oficializada na Classificação Brasileira de Ocupações, desde 2002, entretanto, as condições de trabalho das pessoas que exercem esta profissão dentro dos lixões e aterros controlados espalhados por todo Brasil é degradante e desumana.


Com o reconhecimento do trabalho dos catadores em diversos pontos da Lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, acreditávamos que este cenário iria mudar. Afinal a lei diz que os municípios devem acabar com os lixões e construir aterros sanitários até agosto de 2014 e prevê a inclusão dos catadores nos sistemas de coleta seletiva e logística reversa a partir da criação de cooperativas. 

Entretanto, com o conhecimento e aprendizado adquirido através destes três anos de trabalho de educação ambiental em prol da coleta seletiva na minha cidade - Rondonópolis/MT, com constante contato com os catadores da Coopercicla (Cooperativa de Rondonópolis), como também com catadores de outros estados e a participação em palestras, cursos e eventos sobre gestão de resíduos sólidos, entendi que nada vai mudar, se não conseguirmos fazer com que os gestores públicos e a população entendam que para que as cooperativas consigam sobreviver é urgente a valorização e a remuneração dos catadores pelos serviços ambientais que eles nos prestam.

Digo isto, porque as cooperativas não conseguirão sobreviver só com a venda dos resíduos recicláveis que chegam até elas. Os resíduos recicláveis têm valores muito díspares, enquanto a garrafa pet vale cerca de R$ 1,30 por quilo, o papel misto é negociado a R$ 0,05 (em Rondonópolis), e o alumínio que tem melhor valor de mercado, dificilmente chega nas cooperativas. Desta forma, a venda de todo material passível de reciclagem, muitas vezes, mal dá para remunerar decentemente os cooperados ( várias pesquisas mostram que os catadores em cooperativas ganham menos de um salário minimo), não sobrando nada para manutenção ou investimento em equipamentos, máquinas e barracões. 

Não estou defendendo o assistencialismo, mas sim, a devida valorização do trabalho do catador, afinal segundo estudos do Ministério do Meio Ambiente o Brasil recicla em torno de 30% do que consome, um índice pequeno, mas que só é possível graças à coleta praticada nas ruas e lixões pelos catadores. Então se pagamos milhões para as empresas de saneamento, que tiram o lixo da porta da nossa casa e enterraram em lixões, provocando danos a nossa saúde e ao meio-ambiente, porque não pagarmos para os catadores que estão nas cooperativas o mesmo valor pelos resíduos recicláveis que eles enviam para as indústrias? 

Para maior compreensão de como isto pode funcionar, vejam no texto abaixo como funciona o sistema de Coleta Seletiva Solidária em Natal/RN:



Como funciona a Coleta Seletiva Solidária em Natal/RN

Funcionário da URBANA explica funcionamento da coleta seletiva

por Heverthon Rocha, URBANA
Fonte: site Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis
1.    DE QUEM É O CONTROLE DO PROGRAMA?
Em Natal o programa de coleta seletiva é mantido sob observação da Companhia de Serviços Urbanos de Natal (URBANA) e o controle é compartilhado entre gestor público e cooperativas. As cooperativas detém o controle dos trechos e a independência operacional de coleta, transporte e triagem. O gestor público é responsável pela fiscalização do cumprimento dos serviços conforme trechos apresentados pelas cooperativas. O objetivo é tornar as cooperativas autossuficientes para atuarem como empresas que prestem serviços profissionais ao município.

2.    DE QUEM É A ESTRUTURA DA CENTRAL DE TRIAGEM?
Os galpões de triagem, cinco ao todo, são da URBANA e estão cedidos às duas cooperativas por meio de Termo de Cessão com validade até o ano de 2021, cabendo toda e qualquer manutenção e preservação dos espaços a cada cooperativa que ocupa o lugar.

3.    COMO É A ESTRUTURA DA CENTRAL DE TRIAGEM?
Os galpões de triagem ficam dentro da estação de transbordo que recebe diariamente os resíduos da cidade. São equipadas com energia elétrica, água e telefone, estes fornecidos pela URBANA. Os galpões instalados na estação de transbordo facilita o descarte dos rejeitos oriundos da coleta, bem como a nossa fiscalização, tendo em vista que todos os resíduos que entram e saem dos galpões são pesados e registrados em nosso sistema por tipo, origem e destino.

4.    COMO FUNCIONA O PROGRAMA?
O programa teve início no ano de 2004 com a desativação do Lixão de Cidade Nova. Naquela época os catadores que viviam da coleta de resíduos no lixão foram inseridos num programa criado pelo Município. Neste trabalho que contou com o apoio do Ministério Público Estadual foi acordado que todos os catadores de materiais recicláveis oriundos do lixão seriam inseridos em associações e apoiados pela URBANA com a cessão de galpões, caminhões e outros equipamentos. Atualmente o programa funciona nas modalidade PORTA-A-PARTA, PICS e por cumprimento de decretos Federal e Municipal. Para atuar na coleta seletiva, as cooperativas de catadores assinaram TERMO DE PERMISSÃO que foi renovado em fevereiro com prazo de validade até o ano de 2022.

5.    COMO É EFETUADO O PAGAMENTO AOS CATADORES?
O pagamento é efetuado por faturamento, seguindo todos os procedimentos administrativos/financeiros previstos, tais como apresentação de nota fiscal, certidões, apresentação de relatórios de visitas, relação de cooperados e recolhimento de impostos (ISS, INSS e etc.).
 Dentro da realidade local é paga as cooperativas pelos serviços os seguintes valores por tonelada:

DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS
Quantidade Mensal Estimada
Unidade
Valor Unitário
Valor Mensal Estimado
Visita em cada domicílio, limitada a 04 (quatro) visitas mensais, com pagamento mensal, para a entrega aos munícipes dos sacos verdes para separação do lixo reciclável e entrega do material de campanha de sensibilização ambiental.
10.000
Unidade
R$ 0,05
R$ 500,00
Coleta de resíduos reciclados.
300
Tonelada
R$ 93,42
R$ 28.026,00
Transporte de resíduos reciclados.
300
Tonelada
R$ 20,79
R$ 6.237,00
Manutenção dos serviços de coleta seletiva de forma a não comprometer a continuidade do serviço público e pelo aumento da longevidade do aterro e diminuição do impacto ambiental.
300
Tonelada
R$ 46,52
R$ 13.956,00
Total Geral Estimado
R$ 48.719,00

6.    "...O município irá pagar ao catador o mesmo preço pago pela coleta, transporte e destino final dos resíduos..." - QUANDO SE REFERE "AO MESMO PREÇO PAGO PELA COLETA", ESTÃO SE REFERINDO A QUE TIPO DE COLETA? DOMICILIAR OU SELETIVA?
As cooperativas são pagas pelos serviços COLETA SELETIVA nas modalidades porta-a-parta, PICS e em órgãos públicos em cumprimento aos decretos Federal (5.940/2006) e Municipal (9.615/2012). A coleta domiciliar, em nosso entendimento, é a coleta de resíduos não servíveis e sem capacidade de reciclabilidade ou reaproveitamento.

7.    QUEM FAZ A COMERCIALIZAÇÃO: A URBANA OU AS COOPERATIVAS? ONDE É FEITA A ARMAZENAGEM DO MATERIAL A SER COMERCIALIZADO E QUEM É RESPONSÁVEL?
A comercialização dos resíduos é realizada pelas próprias cooperativas de catadores, sendo que a URBANA apenas registra os dados de saída dos materiais para venda. 
Antes da venda os resíduos são armazenados nos galpões, isso é feito logo após o processo de triagem, cabendo aos cooperados indicados pelas cooperativas a responsabilidade por tal ação (comercialização).

8.    "...a rota dos caminhões que atuarão no local..." - A COLETA É FEITA PELA PREFEITURA (URBANA) COM FUNCIONÁRIOS DA PREFEITURA OU PELAS 2 COOPERATIVAS?
Pelas cooperativas. É para isso que a URBANA contratou as mesmas, conforme quadro apresentado na questão 5.

9.    COMO OS COOPERADOS DAS 2 COOPERATIVAS SÃO REMUNERADOS?
A remuneração é feita por rateio de produção e é realizado pelas cooperativas, sendo que as relações de repasse são obrigatórios de serem enviados para URBANA.

10.    A COLETA FEITA PELOS CATADORES EM DIAS DIFERENTES A COLETA DA URBANA É FEITA COM CARROÇAS? QUEM DETERMINA O ROTEIRO DOS CATADORES?
A coleta é feita em dias alternados em algumas comunidades e em outras coincide com a coleta da URBANA conforme roteiros pré-estabelecidos entre URBANA e COOPERATIVAS, mas como existe uma relação de proximidade entre catadores e população, os resíduos recicláveis não são colocados nas calçadas, são entregues diretamente aos catadores.
Já as outras modalidade (PICS e Decretos) são realizadas em dias acordados entre cooperativas e órgãos públicos, empresas e outros.

11.    PORQUÊ OS CATADORES NÃO SÃO ABSORVIDOS PELAS 2 COOPERATIVAS E PERMANECEM "PUXANDO" CARROÇA.
Muitos catadores não cooperados, os quais chamamos de “avulsos”, não estão dispostos a assumir responsabilidades que são previstas nos regimentos internos das cooperativas tais como horários, entrega de todo material coletado e hierarquias. Segundo os próprios, preferem trabalhar de forma independente pois vão para rua nos dias que querem e não precisam trabalhar todos os dias.
 Temos em Natal três tipos de catadores de materiais recicláveis:
 1.    Catador cooperado;
2.    Catador Avulso (carrinheiro); e
3.    Catador Carroceiros (tração animal).

12.    EXISTE ALGUM INCENTIVO DA URBANA OU DAS 2 COOPERATIVAS PARA INSERÍ-LOS NAS COOPERATIVAS JÁ QUE A QUANTIDADE DE MATERIAL É MUITO PEQUENA (MESMO QUE A CS SEJA IMPLANTADA NO ESTADO DO RN INTEIRO, COM CERTEZA NÃO CHEGARIA NEM PERTO DA QUANTIDADE DE MATERIAL PASSÍVEL DE RECICLAGEM DE 1 SUBPREFEITURA DE SP COMO POR EXEMPLO, BUTANTÃ).
Em Natal estamos realizando o programa CATAFORTE com vistas ao associativismo e cooperativismo para inserir estes catadores avulsos e carroceiros nas cooperativas. Mas ainda existem uma resistência grande, mesmo com a abertura das cooperativas para receber estes profissionais da reciclagem.
A URBANA também está desenvolvendo um projeto para acabar com as carroças de tração animal e inserir os profissionais nas cooperativas com utilização de veículos leves de transporte.

13.    OS EDUCADORES AMBIENTAIS SÃO DA URBANA, DAS 2 COOPERATIVAS OU CATADORES?
As ações de educação ambiental são realizada em parceria entre URBANA e cooperativas, temos 12 educadores ambientais que atuam em ações de oficinas de reaproveitamento, teatro e ações de sensibilização porta a porta.
É importante destacar que todas as ações que dizem respeito a coleta seletiva são realizadas com a participação de educadores da URBANA e catadores que visitam as residências, empresas e órgãos públicos, numa ação de integração e construção mútua dos processos de coleta seletiva em Natal.