terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Sobre a taxa do lixo em Rondonópolis
















De acordo com matéria publicada hoje, no site de notícias Gazeta MT, o "Serviço de Saneamento de Rondonópolis (Sanear) já iniciou os preparativos para a implantação da taxa de lixo.."

Após a leitura da matéria, mais uma vez,  gostaria de salientar que a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos foi um grande o avanço para o fim dos lixões no Brasil, entretanto sem a instituição do princípio poluidor – pagador, princípio este que implicitamente determina que  “quem suja deve se responsabilizar pela limpeza”,  não conseguiremos reduzir a produção de resíduos e aumentar as taxas de reciclagem. 

Desta forma, a taxa do lixo é necessária, não só como medida educadora, já que nossos cidadãos aprendem mais rápido quando são financeiramente cobrados, veja o exemplo do projeto Lixo Zero implantado no Rio de Janeiro (www.http://oglobo.globo.com/rio/lixo-zero-ja-reduziu-em-50-sujeira-nas-ruas-10803443como também, porque com um aumento dos recursos financeiros e com previsão de receitas, será possível ao poder público efetivar uma coleta e descarte ambientalmente  correto. Isto é, a construção do aterro sanitário bem como também a implantação da coleta seletiva com a inclusão dos catadores.

Infelizmente, o pagamento escondido, seja no carnê do IPTU ou na nossa conta de água, criou a ilusão que de que retirar o lixo da frente da casa das pessoas é gratuito. Na verdade, nós já pagamos pelo que é coletado na frente de nossos domicílios e pagamos pela destinação incorreta destes resíduos (despejo nos lixões e não reaproveitamento dos materiais passíveis de reciclagem).

Neste contexto, acredito que o mais importante neste momento é saber quais os dados usados pelo Sanear para o cálculo da taxa de lixo (*) em Rondonópolis, visto que o nosso município ainda não tem um plano de gestão de resíduos sólidos e o segundo passo é ficarmos atentos quanto ao destino dos recursos financeiros oriundos do pagamento desta taxa, verificando se realmente será oferecido um serviço de melhor qualidade ambiental e social.

(*taxa lixo prevê: determina que para as residências a cobrança será de R$ 0,09 por metro quadrado, chegando a R$ 0,10 por m2 nos imóveis comerciais e industriais que produzem lixo comum. No caso das empresas que geram resíduos orgânicos, a taxa será de R$ 0,15 por m2)



sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Outra pauta importante na gestão de resíduos do município de Rondonópolis

Excelente pauta! Parabéns ao jornalista encarregado do editorial do jornal A TRIBUNA - Roo. Precisamos entender de que maneira chegaram ao cálculo desta taxa, já que ainda não temos plano de resíduos elaborado, e onde será aplicado o dinheiro arrecadado com o imposto.
E o aterro sanitário?
Um dos pontos que precisam voltar a ser discutido urgentemente em Rondonópolis é a questão da implantação do aterro sanitário na cidade, não somente pelo prazo estipulado pelo Governo Federal – que determina que até agosto as cidades devem contar com seus aterros –, mas também em função da cobrança da taxa de lixo que poderá ser iniciada a qualquer momento na cidade.
É preciso que se esteja alerta que para a implantação do aterro sanitário também é necessário que se conte com todo um plano de manejo de resíduos sólidos e que tenha a coleta seletiva do lixo. Até o momento nenhum desses assuntos vem sendo abordado. Pelo que se sabe, ainda não existe um plano de manejo elaborado pelo poder público, neste caso, pelo Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear) e o assunto da coleta seletiva está longe de ser discutido com a sociedade.
A questão da construção e funcionamento de um aterro é mais ampla que o aterro em si. Como envolve a coleta seletiva, e a sociedade rondonopolitana ainda não tem o hábito de separar o lixo, é preciso encontrar formas de iniciar o trabalho de conscientização junto à população.
Além disso, o plano de manejo dos resíduos sólidos do município já devia estar sendo elaborado desde quando foi aprovada a lei que criou a taxa de lixo no município, pois é uma espécie de descaso pagar para ver o lixo continuar sendo despejado no ‘lixão’ da Mata Grande, como é feito hoje.
A questão não é tão simplista como alguns possam pensar e necessita da cobrança por parte de autoridades e políticos locais que aprovaram a taxa do lixo sob a promessa da implantação do aterro sanitário e da elaboração do plano de manejo ambiental dos resíduos sólidos.

 Fonte: Jornal A Tribuna

Centrais mecanizadas em reciclagem

No momento em que todo o cidadão brasileiro aprender a separar o seu lixo e criar o hábito do descarte correto não teremos catadores e cooperativas em número suficientes para selecionar todo nosso resíduo passível de reciclagem, afinal estamos a cada dia descartando mais e mais resíduos. Desta forma centrais mecanizadas aliadas as cooperativas de catadores serão a solução, entretanto enquanto não acontecer a educação ambiental da população em busca do descarte correto é necessário que sejam  tomadas medidas que protejam e apoiem a coleta feita pelos catadores.


Centrais mecanizadas de reciclagem começam a operar até julho em São Paulo
Objetivo da gestão Fernando Haddad é ampliar a coleta seletiva na cidade de 1% para 10% do total até 2016
por Rodrigo Gomes, da RBA publicado 15/01/2014 17:28
São Paulo – As duas primeiras centrais de reciclagem mecanizadas da cidade de São Paulo, anunciadas pelo prefeito Fernando Haddad (PT) durante a ExpoCatadores no mês passado, começam a funcionar até julho deste ano, disse o coordenador do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis Eduardo Ferreira. Ele participou de uma reunião na manhã de hoje (15) com o prefeito, o secretário de Serviços, Simão Pedro, e o presidente da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), Silvano Silvério da Costa.
As centrais serão administradas por um conselho gestor paritário, composto por representantes do poder público, dos catadores e de empresas que vão operar a parte técnica das centrais. O conselho vai regular também a partilha de recursos obtidos pelas centrais, que será depositada em um fundo. O montante será dividido em parcelas para reinvestimento, remuneração dos trabalhadores e outras destinações.
Cada central empregará até 90 catadores. Além disso, está em discussão um plano cujo objetivo é atender catadores de cooperativas e os que atuam individualmente, integrando a seleção manual e a mecanizada. São Paulo tem 20 mil catadores. As centrais mecanizadas terão capacidade de processamento equivalente às 20 centrais manuais existentes hoje.
Essa organização compreende a formação de um banco de material, para onde a coleta das cooperativas e dos catadores independentes serão enviadas antes de repassadas às centrais de processamento. Com isso poderia se organizar um sistema de remuneração mais equilibrado.
Para Ferreira, os processos são um importante avanço, mas é necessário estabelecer planos para os catadores que não estão organizados. “Ainda precisamos cadastrar esses trabalhadores, capacitá-los e integrá-los à política que está sendo desenvolvida. Mas, sem dúvida, estamos avançando”, afirmou.
A ação faz parte da meta de Haddad de ampliar de 1% para 10% a coleta seletiva na cidade de São Paulo, até 2016.


Boas notícias para Rondonópolis



Enfim uma boa notícia! Esperamos que esta empresa realmente cumpra tudo que está no contrato e que com o plano elaborado, Rondonópolis avance nas questões de saneamento, principalmente na gestão de resíduos sólidos. Infelizmente, a população acredita que o lixo não é um dos nossos problemas mais sérios, já que a coleta, feita pela empresa Financial, acontece regularmente. Entretanto o descarte incorreto no lixão é um problema seríssimo tanto de meio ambiente como também de saúde.

Quanto ao valor economizado no plano, o Sanear poderia verificar a possibilidade de dar apoio e ajudar a Coopercicla - Cooperativa de Catadores do Jardim das Flores na aquisição de equipamentos e uniformes, afinal há mais de 2 anos aquelas pessoas estão trabalhando na coleta seletiva e triagem do nosso lixo, evitando assim que toneladas de resíduos sejam jogadas no lixão.

Documento deve ficar pronto em 180 dias e vai orientar políticas do município nas áreas de esgoto, drenagem, água e resíduos sólidos
EDUARDO RAMOS
Temis de Oliveira destacou que plano será discutido com a sociedade e com a Câmara Municipal
Temis de Oliveira destacou que plano será discutido com a sociedade e com a Câmara Municipal

O presidente do Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis, Temis Oliveira, já deu a ordem de serviço para a empresa vencedora da tomada de preço visando a elaboração do Plano Municipal de Saneamento. O documento deve ficar pronto em 180 dias e vai orientar as políticas do município nas áreas de água, drenagem, esgoto e resíduos sólidos. O Plano é uma exigência do Governo Federal e também vai viabilizar o início da cobrança da taxa do lixo, aprovada no ano passado pela Câmara Municipal.
O processo visando a contratação da empresa foi realizado no ano passado e já teve sua legalidade reconhecida pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) e também pelo Tribunal de Justiça. O Sanear previa investir R$ 600 mil na elaboração do plano, mas empresa DRZ Geotecnologia e Consultoria venceu o processo com uma proposta de R$ 510 mil, o que representa um deságio de cerca de 15%. O valor está bem abaixo do desembolsado por várias prefeituras de Mato Grosso que também estão realizando seus planos de saneamento.
A DRZ tem larga experiência na área e foi a responsável pela elaboração do plano em cidades de grande porte, como Londrina (PR). Os técnicos da empresa devem chegar a cidade ainda nesta semana e começarão o trabalho fazendo um levantamento completo da situação no município.
"Além de fazer um diagnóstico da situação atual, esse Plano também vai fazer uma projeção levando em conta o crescimento previsto para os próximos 15 anos, formulando ações de curto, médio e longo prazos que deverão ser executadas por esta e pelas próximas administrações municipais. É como se fosse um Plano Diretor focado exclusivamente no saneamento", explicou.
Temis ressaltou que a elaboração do texto será feita com a participação da sociedade, através de audiências públicas para discutir cada um dos temas. Após isso o documento será submetido a aprovação da Câmara Municipal, tornando-se uma lei que deverá ser seguida pelas autoridades e a população.
Entre as medidas que serão orientadas pelo Plano de Saneamento Ambiental, estão a implantação do aterro sanitário, investimentos na drenagem de águas pluviais e também a coleta seletiva e o reaproveitamento do lixo reciclável.
17 de Jan. de 2014 às 08:09
Fonte:  A Gazeta MT

sábado, 11 de janeiro de 2014

Arte, cultura e educação ambiental na Expocatadores 2013











Fotos da Expocatador 2013


 Entrada da Feira - vários estandes de empresas que produzem equipamentos para gestão de resíduos e também empresas que incentivam a reciclagem e fazem logística reversa
Coltortec - veículo motorizado para coleta seletiva




Equipamentos para galpão de triagem


Estande da Brasken


Estande do Cempre

Estande da CATAAÇÃO



Auditório abertura evento


Grupo MOBILIZA SIM



Grupo MOBILIZA SIM


 Abertura do Evento - várias autoridades inclusive o Prefeito de S. Paulo - Fernando Hadad





Plenária: A logística reversa e os acordos setoriais- como ampliar e garantir
parcerias com as organizações de catadores








sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

















Depois das festas de final de ano e das férias com a família, voltei para Rondonópolis com as baterias recarregadas e na mala de volta para casa, além de muita roupa suja, também trouxe muita esperança e vontade de trabalhar ainda mais em prol da educação ambiental, na comunicação e sensibilização da nossa população para a mudança de postura na separação de seus resíduos e  para a coleta seletiva.

Confesso que muito desta minha motivação foi gerada pela oportunidade de ter participado da Expocatador 2013, evento que aconteceu em São Paulo nos dias 18, 19 e 20 de dezembro.

Durante o congresso, fiquei impressionada não só com a organização desta terceira edição do evento, como também com o poder de mobilização do MNCR e com as manifestações e discursos dos catadores e catadoras que participaram ativamente da rodada de perguntas aos palestrantes presentes nas conferências.

Para quem nunca ouviu falar, a Expocatador é um evento de negócios, troca de experiências e disseminação de conhecimentos e tecnologias para gestão eficiente de resíduos sólidos, realizada pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), um movimento social que há cerca de 10 anos vem organizando os catadores e catadoras de materiais recicláveis pelo Brasil afora e que busca a valorização dos catadores.

Segundo dados dos organizadores do evento, neste ano, cerca de 8 mil catadores de 26 estados brasileiros e mais de 14 países da América Latina e Caribe, Ásia, África e Europa, estiveram reunidos nesta 3ª edição do evento.

Por motivos pessoais só pude participar do primeiro dia da feira, mas um só dia de evento, no convívio com catadores de todo o Brasil e da América Latina, com autoridades e também estudiosos do assunto, percebi que os catadores já conseguiram muitos avanços. Se de um lado temos ainda um grande número de catadores que trabalham em estado total de precarização e sem nenhum apoio das prefeituras, de outro existem cooperativas muito bem organizadas que recebem apoio de gestores municipais, organizações da sociedade civil, associações, incubadoras, universidades, pesquisadores, empreendedores sociais e empresários.  Existem projetos e estudos que acreditam que é possível realizar uma boa gestão dos resíduos sólidos municipais assegurando a inclusão e o protagonismo dos catadores.

Na abertura oficial do evento cheguei a ficar emocionada, em clima de festa, o congresso começou com um show animado e um cortejo do Grupo Mobiliza Sim, entidade de Minas Gerais que trabalho com arte e educação. Em seguida diversos catadores adentraram ao plenário com bandeiras do MNCR e dos países representantes.
Antes da conferência de abertura foi apresentada num telão, uma mensagem do Papa Francisco, onde ele destacou a importância da ação dos catadores como trabalho ecológico necessário para a sociedade.

Fica difícil descrever tudo que senti, aprendi e vive neste dia, entretanto,  a todo o momento me lembrava dos catadores da Coopercicla de Rondonópolis e o quanto eu queria que eles pudessem estar ali, tendo a oportunidade de trocar experiência com outros catadores e conhecendo um outro lado da catação e da reciclagem. Assim, recolhi todos os folhetos disponíveis na feira, fiz várias anotações para repassar para os cooperados da Coopercicla, mas, vim embora com o firme propósito de fazer o possível para que consigamos enviar pelo menos dois catadores de Rondonópolis na próxima edição da Expocatadores.

Assim, tomo o lema do final do evento como nosso : Expocatadores - Nos vemos em  2014


E vamos ao trabalho!

Para quem quiser mais informações sobre cada uma das palestras e conferências que aconteceram durante o evento, sugiro acessar: http://expocatadores.com.br/categoria/noticias/

Abaixo click e assista o vídeo de abertura do evento:




Vídeo de abertura da Expocatador 2013